“Parlamentares são cúmplices da destruição da Amazônia, também estão no bolso da organização criminosa que tomam conta da Amazônia”
A crise ambiental na Amazônia fez aflorar intensos sentimento de indignação após as mortes do jornalista inglês, Dom Philips, e do indigenista brasileiro, Bruno Pereira. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais neste domingo (26), o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, superintendente da Polícia Federal no Amazonas, mas foi transferido após realizar a maior apreensão de madeira ilegal da história na gestão do então “ministro” do meio ambiente, Ricardo Salles, voltou a citar o nome do senador Zequina Marinho (PL-PA) ao afirmar que o político paraense estaria ligado a grupos criminosos que possuem influências na Amazônia.
Delegado da PF liga Zequinha Marinho a grupo criminoso. Veja
#saraivasensitivo 😂😂😂😂😂😵💫 pic.twitter.com/cO7061AXWK
— Alexandre Saraiva (@DelegadoSaraiva) June 25, 2022
O policial satiriza o telefonema do presidente Jair Bolsonoro em ocasião em que, participando da IX Cúpula das Américas com o ministro da justiça, Anderson Torres, ligou para o ex-ministro do ministério da Educação, Milton Ribeiro, e avisou que estava tendo um “pressentimento” sobre uma operação de busca e apreensão na casa do ex-titular da educação federal.
“Nessa onda de pressentimento de poderes paranormais, eu acho que eu também sou sensitivo, porque não é de hoje que eu tenho pressentimentos que existem interferências deste governo na Polícia Federal. Também tive pressentimentos que alguns parlamentares são cúmplices da destruição da Amazônia, também estão no bolso da organização criminosa que tomam conta da Amazônia”. afirmou. No vídeo, o delegado chega a citar alguns nomes, dentre eles o nome do senador Zequinha Marinho (PL-PA). “Tudo pressentimentos, que eles recebem dinheiro de uma organização criminosa que atua na destruição da Amazônia”, ironizou.
Vale lembrar que na tarde da última terça-feira (14), durante entrevista ao Globo News, enquanto comentava o desaparecimento de Dom e Bruno, o delegado falou sobre a atuação de políticos para atrapalhar as investigações e também citou o senador.
“Esses criminosos têm boa parte dos políticos da Região Norte no bolso. Estou falando de governadores, senadores… Eu tenho aqui uma coleção de ofícios de senadores de diversos estados da Amazônia, que mandaram para o meu chefe, dizendo que eu estava ultrapassando os limites da lei, cometendo abuso de autoridade, senador junto com madeireiro me ameaçando”, afirma o delegado.
A fala do delegado da PF denota um sentimento de total indignação de todos os servidores públicos federais, que atualmente não conseguem fazer seu trabalho de forma independente sem que sofram com os arroubos autoritários e intervencionistas do titular do Palácio do Planalto.
O achatamento de salários do funcionalismo público federal frente a explosão dos preços com arrecadação recorde de impostos é outro fator digno de nota. O momento é grave, pois universidades federais e institutos de pesquisas sofrem incessantes cortes orçamentários à revelia das abusivas regalias para as Forças Armadas e políticos do “Centraõ” via “orçamento secreto”, sem falar em outros penduricalhos como os sigilosos gastos explosivos da Presidência da República com o cartão corporativo.