Silvinei está sob prisão preventiva desde agosto
Brasília, 16 de outubro de 2023 – Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF), teve seu celular apreendido pela Polícia Federal como parte das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. O aparelho revelou uma série de imagens e áudios controversos, incluindo fotos de Adolf Hitler, Benito Mussolini, membros do clã Bolsonaro e seu apreço por armas.
De acordo com informações, o conteúdo encontrado no celular sugere que foi recebido de terceiros por Silvinei, uma vez que não foram encontradas mensagens enviadas por ele. A CPMI revisará o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) na próxima terça-feira (17). A investigação pode resultar em indiciamentos de Jair Bolsonaro (PL) por pelo menos quatro crimes.
Silvinei está sob prisão preventiva desde agosto, quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), argumentou que ele representava uma ameaça às investigações e poderia interferir nos depoimentos sobre o uso da PRF contra eleitores do presidente Lula (PT). A quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático de Silvinei foi suspensa pelo ministro Kassio Nunes Marques, do STF, atendendo a um pedido do ex-chefe da PRF.
Entre as imagens encontradas no celular, há fotos de Adolf Hitler ao lado de Joseph Goebbels, ministro da propaganda do regime nazista, e de Mussolini pendurado de cabeça para baixo em um posto de gasolina. Silvinei também aparece em fotos ao lado de Bolsonaro e Michelle Bolsonaro durante as celebrações do Bicentenário da Independência em Brasília.
A inclinação de Silvinei por armas é evidente nas imagens em que ele segura uma bazuca e na foto do escudo da PRF feito com munição.
Além disso, o celular de Silvinei era usado como canal de comunicação por apoiadores de Bolsonaro em busca de assistência do ex-chefe da PRF e para deixar mensagens. Os áudios revelam a tensão durante os bloqueios nas rodovias federais após o segundo turno das eleições.
A defesa de Silvinei afirmou não ter conhecimento da existência de áudios e imagens no celular e negou qualquer atitude preconceituosa ou discriminatória por parte do ex-chefe da PRF.
O resultado das investigações pode ter implicações significativas no cenário político brasileiro, considerando os indiciamentos potenciais de Jair Bolsonaro e outros desdobramentos relacionados ao uso da PRF em contextos eleitorais.