Chacinas: a perversa face do racismo de Estado

Leia mais

Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Barbáries como a do Rio expressam política de extração de almas: corpos negros são reduzidos a matéria-prima e, logo, descartáveis. Visam fragmentar periferias; torná-las dividendo eleitoral e combustível a projeto de nação adoecido

O Brasil é o país que naturalizou a chacina. Constatação que não precisa de maiores evidências, já que a materialidade do fato está estampada em toda parte e qualquer um pode ver. A chacina está se transformando no projeto político de maior sucesso entre os governantes dos estados mais populosos da federação, como Rio de Janeiro e São Paulo, assim como daquele que foi eleito na última eleição para o governo federal.

Rio de Janeiro, 24 de maio de 2022, mais de 20 mortos: o mais recente episódio de matança, desta vez na comunidade da Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro, foi descrito pelo governador do estado como uma grande “demonstração de força”. Dias antes, em São Paulo, o atual prefeito orientou a prática policial através de um “protocolo” que tem ares de castigo exemplar: “se levantar a arma, levará bala da polícia”. No âmbito federal, os responsáveis pela chacina do Rio foram parabenizados pelo presidente em mais um gesto que edifica sua agenda eleitoral.

- Publicidade -spot_img

More articles

- Publicidade -spot_img

Últimas notíciais