Champions League terá 36 times e novo modelo em 2024; veja detalhes

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.

Nova Champions: Uefa ‘dá os anéis’, mas ainda pode ‘perder os dedos’. Entidade que comanda o futebol europeu deve anunciar modificações profundas na Champions League para a temporada 2024-25, mas clubes gigantes do continente ameaçam de novo com a Superliga Européia

A reunião do Conselho Executivo da Uefa que será realizado nesta segunda-feira deve bater o martelo na reformulação do maior torneio de clubes do mundo, a Champions League. É uma resposta da Uefa à demanda dos maiores clubes do continente, representados pela Associação de Clubes Europeus (ECA, sigla em inglês), de termos mais jogos e mais dinheiro distribuído na Liga dos Campeões. A sensação clara é que, diante da persistente ameaça de os gigantes fundarem uma liga pan-europeia comandada por eles próprios, a Uefa “deu os anéis para não perder os dedos”.

 

A tensa relação entre Uefa e a ECA, presidida pelo chefão da Juve Andrea Agnelli, já vem de muito tempo...

A tensa relação entre Uefa e a ECA, presidida pelo chefão da Juve Andrea Agnelli, já vem de muito tempo.

Só que, pela manifestação desses clubes neste domingo, as alterações prevista na nova Champions League, que começariam a valer na temporada 2024-25, não vão atender ao desejo deles. Segundo os principais veículos de imprensa europeus, um grupo de 12 clubes (Arsenal, Atlético de Madrid, Barcelona, Chelsea, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Milan, Real Madrid e Tottenham) já assinaram um acordo de intenções para lançar a SuperLliga Europeia no meio de 2024, amparados em uma linha de crédito de 6 bilhões de dólares do banco JP Morgan.

A ideia da Superliga Europeua é definir 15 clubes fixos, mais dois alemães e um francês (leia-se PSG), que nunca deixariam de participar, e cinco entrando na competição via desempenho nos campeonatos nacionais. Evidentemente é a criação de uma “panelinha” para que os gigantes ficassem jogando entre si sempre, num torneio que substituiria a Champions League. Uma elitização bem ridícula, na minha visão, que mataria as ligas nacionais.

A reação das federações espanhola, italiana e inglesa, bem como de La Liga, Lega Calcio e Premier League, além da Uefa e também da Fifa foi imediata: neste domingo se posicionaram contra e ameaçaram com punições como os clubes que aderirem não poderem disputar nenhum torneio oficial, além de os atletas não poderem ser convocados por suas respectivas seleções. Tudo isso antes mesmo de qualquer informação oficial dos clubes ou da ECA.

O pano de fundo é o seguinte: os clubes até aceitam que a Uefa modifique o regulamento e a forma de disputa da Champions League. Mas o que eles querem de verdade é outra coisa: que toda a parte comercial seja tocada e gerida por eles. Ou seja, que os gigantes europeus tomassem conta do dinheiro, dividissem da forma que eles achassem melhor. A Uefa tomaria conta apenas da parte esportiva do torneio. Na prática, seria como a Uefa colocasse raposas para tomar conta do galinheiro. Esse informação foi trazida pelo jornalista Rob Harris, da Associated Press.

Atualmente, a Uefa vende os direitos de televisionamento da Champions League ao redor do mundo e distribui cerca de 2 bilhões de euros para os 32 clubes que participam de cada edição. Segundo grandes veículos de imprensa da Europa, os maiores clubes do continente querem, no mínimo, o dobro disso para eles, e daí o motivo de querer comandar toda a parte comercial do torneio.

Como será a nova Champions League – A expectativa é que nesta segunda-feira, após a reunião do Conselho Executivo, a Uefa oficialize como será a Champions League a partir da temporada 2024-25. O torneio vai crescer de 32 para 36 times. Provavelmente, duas dessas novas vagas serão preenchidas via ranking de coeficiente de clubes, como forma de minimizar a ausência de gigantes da Champions League. A principal alteração é que acabam os oito de grupos de quatro clubes.

Serão 36 times jogando dez partidas na primeira fase, em uma tabela que será montada levando em conta a força deles pelo ranking de coeficientes. Tudo isso com o objetivo de que haja mais confrontos entre grandes times na primeira fase. A Uefa promete que haverá um equilíbrio entre a “dificuldade da tabela” de todos os times. Só nessa fase serão 180 jogos. Como forma de comparação, no formato atual da Champions, da fase de grupos até a final, são 125 partidas.

Terminadas as dez rodadas, os oito times com melhores aproveitamentos estão classificados para as oitavas-de-final. Do nono ao 24º colocado, haverá uma repescagem em formato olímpico (o nono pega o 24º, o décimo pega o 23º e assim por diante), em confrontos de ida-e-volta, achando assim oito classificados para formar as oitavas-de-final. A partir daí, confrontos em oitavas, quartas e semifinal em dois jogos, além da decisão em jogo único. No total, um time para ser campeão terá entrado em campo 17 ou 19 vezes na Champions, ao contrário dos 13 jogos atuais.

Com essas mudanças, que aumentam a Champions em 100 partidas e projetam aumentar o número de duelos entre grandes clubes na primeira fase, os especialistas estimam que o torneio terá um acréscimo de até 2,5 bilhões de euros na venda de direitos de TV. Agora, resta saber se os clubes gigantes estarão nesse barco ou vão de fato conseguir criar seu clubinho particular.

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