China dá o troco e abre investigação contra a Nvidia, maior empresa de tecnologia dos Estados Unidos

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Fabricante líder em chips para IA está no centro de uma disputa global pela supremacia tecnológica

A China abriu uma investigação antitruste contra a Nvidia, a maior fornecedora mundial de processadores que impulsionam a inteligência artificial, de acordo com informações divulgadas pela mídia estatal chinesa. A ação marca uma nova escalada na crescente disputa entre China e Estados Unidos pela liderança em tecnologia de chips, considerada estratégica para a segurança nacional de ambos os países.

Fusão com Mellanox na mira

Segundo a emissora estatal China Central Television (CCTV), o governo chinês acredita que a aquisição da empresa israelense de redes Mellanox pela Nvidia pode violar as leis antimonopólio do país. A fusão, aprovada pela China em 2020, está sendo revisitada, embora o relatório não detalhe quais aspectos da aquisição podem infringir a legislação.

A Nvidia, que viu suas ações caírem menos de 2% no pré-mercado nesta segunda-feira (9), é uma das empresas mais valorizadas globalmente, com um crescimento de quase 200% em 2023, impulsionado pela alta demanda por seus chips durante o boom da inteligência artificial. Atualmente, o valor de mercado da companhia ultrapassa os US$ 3 trilhões, ficando atrás apenas da Apple.

Nova fase da guerra de chips

A investigação surge em meio a uma nova fase da guerra de semicondutores entre as duas maiores economias do mundo. Na semana passada, o governo Biden impôs mais uma rodada de restrições às vendas de chips de memória de alta tecnologia para a China. Apesar de diferentes dos processadores gráficos produzidos pela Nvidia, esses chips também são cruciais para o desenvolvimento de inteligência artificial.

As restrições são a terceira rodada de controles de exportação de chips desde o início do governo Biden, com o objetivo de desacelerar o avanço da China na fabricação de chips de IA, vista como uma vantagem estratégica no campo militar. Especialistas acreditam que as medidas devem surtir efeito, dificultando o progresso tecnológico chinês.

Em resposta, o Ministério do Comércio da China criticou duramente as ações dos EUA, afirmando que elas representam uma “ameaça significativa” à estabilidade das cadeias globais de suprimento. O governo chinês retaliou ao proibir a venda de materiais essenciais para a fabricação de chips, como germânio e gálio.

Um embate estratégico

Essa não é a primeira vez que a China utiliza essas restrições. Há um ano, Pequim já havia limitado a exportação desses materiais, mas permitiu exceções que agora foram eliminadas. Além disso, a China nega acusações de roubo de software de IA feitas por altos funcionários dos EUA.

A investigação contra a Nvidia intensifica o embate. Líder no mercado de chips para inteligência artificial, a empresa representa um pilar na revolução tecnológica atual. Qualquer ação que limite sua atuação pode impactar significativamente os planos da companhia de manter sua posição como líder global no setor.

Iniciativas para fortalecimento interno

Tanto os EUA quanto a China têm tomado medidas para fortalecer suas indústrias domésticas de semicondutores. Nos Estados Unidos, o governo Biden implementou o CHIPS Act, direcionando bilhões de dólares para empresas como a Intel, com o objetivo de reduzir a dependência de países estrangeiros, incluindo a China.

Por outro lado, a China anunciou em maio deste ano a criação de seu maior fundo estatal de investimentos em semicondutores, no valor de US$ 47,5 bilhões, financiado por seis dos maiores bancos estatais do país. Parece que na guerra de chips, até o baralho ficou sem coringas — Nvidia que lute.

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