Com aliança ampliada, Lula vencerá

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Voto útil de direita frustrou expectativas. Estrago no legislativo é grande – mas Centrão encolheu. Falta pouco para segundo turno, e Lula precisa ser claro e propositivo. Há amplas chances de vitória, mas esquerda esteja pronta: a luta não acaba em 30/10

A ressaca foi grande, mas precisamos botar a cabeça no lugar. Para começar precisamos entender o que se passou no primeiro turno. O jogo parecia jogado e estaríamos ganhando de goleada. As pesquisas erraram? Ouvi ou li análises de responsáveis por várias das pesquisas e a minha conclusão de leigo é que havia duas premissas que se revelaram incorretas. A primeira é que os indecisos, que apareciam em várias pesquisas situados entre 11 e 13% do eleitorado, se repartiriam mais ou menos em partes iguais entre os candidatos e o não voto (brancos e nulos). Como o número real destes últimos ficou idêntico ao indicado pelas pesquisas, mais ou menos 5%, os indecisos (na declaração espontânea) devem ter migrado prioritariamente para Bolsonaro. Seria o voto enrustido, que muitos analistas achavam que seria mais lulista que bolsonarista. 

A segunda premissa incorreta é que havia uma maré de vira-voto a favor do Lula nos últimos dias, demonstrada pelo vigor das manifestações que se multiplicaram país afora, com ou sem a presença do candidato. É um erro comum da esquerda achar que gente em manifestação é um indicativo de voto. Muita gente, eu inclusive, apontou para a baixa significação das carreatas e motociatas de Bolsonaro, do ponto de vista do número de eleitores. É fato, mas não quer dizer nada em relação à intenção de voto da maioria. Ou seja, Bolsonaro levou a maioria ampla dos indecisos e saiu de 35 a 38% (entre o menor e o maior índice nas pesquisas) para os 43,5 que obteve nas urnas. Ou seja, os indecisos entregaram entre 8 e 5% dos votos para o energúmeno. Também levou a metade dos votos de Ciro e Tebet, uns 5%, que desidrataram como gelo ao sol com o voto útil de direita.

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