Com inflação alta, osso, pé de galinha e miojo viram opção para pobres brasileiros

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Para não passar fome, pessoas buscam alimentos mais baratos

 A volta da inflação e o desemprego recorde que atinge 14 milhões de pessoas (já eram 12 milhões antes da pandemia) obrigam milhares de brasileiros, especialmente os mais pobres, a mudar o comportamento para sobrevir em meio à disparada de preços. O consumo de pé de galinha, de osso bovino e suíno, de salsicha, de hambúrguer ultraprocessado e de macarrão instantâneo estão cada vez mais presentes entre os brasileiros mais humildes.

Pesquisa divulgada em agosto pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) aponta que o consumo de hambúrgueres (aumento de 283%) e macarrão instantâneo (alta de 68%) disparou neste ano. Os preços mais acessíveis explicam o aumento. O macarrão instantâneo, por exemplo, custa R$ 2.

O cenário atual tira da mesa dos brasileiros o arroz, a carne e até o feijão, produtos que nunca tiveram tão caros. Isso tudo em um cenário de baixo poder de compra do salário mínimo. 

Desde 2020, ano que começou na pandemia, as empresas fabricantes do produto registraram um faturamento de R$ 3,1 bilhões com mais de 189 mil toneladas vendidas, número que supera o de 2019, quando o ganho foi de R$ 2,6 bilhões com as vendas de 168 mil toneladas do alimento.

Porém, nem mesmo os cortes mais baratos e poucos procurados escapam da alta nos preços, como o site Mercado Mineiro.

“O pé de frango é um corte que entrou na pesquisa há pouquíssimo tempo devido à necessidade do consumidor. Hoje o quilo de pé de frango em Belo Horizonte custo de R$ 5,98 até R$ 13,99, uma diferença de 134%, e tem o preço médio de R$ 7,80. O pé de porco já é mais tradicional, tem muita gente que gosta de fazer, e custa de R$ 6,99 até R$ 19,90. O próprio toucinho está custando de R$ 9,95 até R$ 14,00, com a diferença de 40%. A salsicha vem sendo consumida com muita constância desde o início da pandemia e a salsicha a gente tem que alertar que tem diferença de qualidade. Hoje a mais barato é R$ 5,98 e a mais cara R$ 15, uma diferença de 151%”, diz Feliciano Abreu, diretor do site.

A pesquisa do Mercado Mineiro foi feita em 40 frigoríficos de Belo Horizonte e constatou elevação dos preços de cortes tradicionais

“Embora nos últimos meses a gente notou que a carne de boi vem dando uma certa estabilizada. O preço ainda médio está muito alto, você imaginar que um quilo de acém está custando R$ 31,50, em média, você vê que está muito alto. O próprio contra-filé, por exemplo, que está em média R$ 46,30, sendo que em certos momentos o contra-filé custava R$ 29,90, há um ano e meio atrás”, detalhou Feliciano.

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