Com vacinação recorde e medidas rápidas, China dá volta por cima na Covid

Leia mais

Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Sucesso da China em retomar sua vida normal está na resposta rápida lá em janeiro de 2020 e na grande escala de medidas protetivas

A China deixou de ser o epicentro da pandemia de Covid-19 para se tornar recordista na vacinação contra o vírus. Em junho, o país bateu a marca de um bilhão de doses aplicadas em sua população.

No mesmo mês, o país atingiu outra marca impressionante: administrar mais de 20 milhões de doses por dia de imunizantes contra o coronavírus.
Qual é o segredo de um país com 1 bilhão  e 400 milhões de habitantes para conseguir imunizar sua população de forma tão acelerada? Como está a vida no país onde foi identificado o primeiro caso de Covid-19?

Foi nos últimos dias de dezembro de 2019 que os primeiros casos de Covid-19 vieram à tona. Os pacientes se infectaram na cidade chinesa de Wuhan e o mundo passou a olhar a China com preocupação. Nos meses seguintes, a pandemia se espalhou pelo globo e atingiu fortemente os Estados Unidos, a Índia e o Brasil.

Agora, depois de mais de  milhões de mortes no planeta, o sucesso da China em conter o contágio pode ser explicado, entre outros fatores, pelas medidas tomadas nos primeiros momentos. Wuhan iniciou uma quarentena severa no dia 23 de janeiro. Seus 11 milhões de habitantes ficaram em confinamento restrito por 76 dias, até que se iniciou uma retomada progressiva no mês de abril.

A rápida construção de hospitais e locais de quarentena, além da produção de suprimentos médicos e equipamentos de proteção individual, como as máscaras, permitiram à China controlar rapidamente a disseminação do vírus.

Outro ponto relevante da empreitada chinesa para o controle do vírus foi a testagem em massa e o rastreamento de pessoas infectadas, práticas que se mantém mesmo com o baixo nível de contágio atual.

O ritmo da vacinação começou lento, até porque o governo apostava na diplomacia vacinal, e buscava exportar doses. Com o surgimento das variantes e o aumento de casos em países vizinhos, os planos mudaram.

Em março, o país vacinava 700 mil pessoas ao dia. Já na comparação de abril e maio deste ano, o número de doses aplicadas no país dobrou. Entre os dias 16 e 26 de junho, a China aplicou cerca de 14 milhões e 900 mil doses por dia. Para se ter ideia, é praticamente a população das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Para atrair as pessoas para os centros de vacinação, o país adotou diversas estratégias, como distribuir tickets de alimentação. Em Pequim, por exemplo, quem foi até o posto de vacinação ganhou cupons de desconto em compras. Já na província de Anhui foram distribuídos ovos para os vacinados.

Os esforços para conter o contágio e vacinar a população deram resultado. Entre maio de 2020 e junho de 2021, a China registrou apenas duas mortes por Covid-19. No total, 4.635 pessoas morreram em decorrência da doença no país.
Com a pandemia controlada, os chineses já podem retomar suas atividades normais.

Na verdade, a vida está normal por lá desde o ano passado. Em agosto, circularam imagens de uma festa em um parque aquático em Wuhan, a cidade chinesa onde primeiro surgiu o coronavírus. No local estavam dezenas de milhares de pessoas sem máscaras. O detalhe é que todas haviam sido testadas.

Em setembro, as escolas, seguindo protocolos de segurança, voltaram a funcionar de forma presencial. Festas e casas noturnas acontecem normalmente.

Já em junho deste ano, também em Wuhan, foi celebrada uma formatura gigante para catorze mil estudantes, a maioria sem máscara. Os estudantes se reuniram para a cerimônia e mostraram o sucesso da China em combater a pandemia.

Uma coisa é certa. O sucesso da China em retomar sua vida normal está na resposta rápida lá em janeiro de 2020 e na grande escala de medidas protetivas. Agora, se soma a vacinação massiva e rápida, que traz ainda mais proteção aos chineses.

Enquanto isso, vários países seguem vivendo uma verdadeira tragédia social e sanitária, entre eles o Brasil. Nosso país, que tem uma população quase cinco vezes menor que a chinesa, perdeu cerca de treze vezes mais pessoas para o coronavírus. A vacinação segue lenta. Nesse ritmo, ainda deve demorar para que nós possamos retomar nossas vidas normalmente. (O Planeta Azul)

VOZ DO PARÁ: Essencial todo dia!

- Publicidade -spot_img

More articles

- Publicidade -spot_img

Últimas notíciais