Operação em Jacareacanga buscava combater o garimpo ilegal em terras indígenas, mas foi surpreendida por protesto.
Dez pessoas ficaram feridas em um confronto envolvendo garimpeiros, alguns indígenas e agentes de forças de segurança em Jacareacanga, sudoeste do Pará. Os feridos foram levados para o Hospital Municipal.
O confronto ocorreu durante operação Mundurukânia de combate à prática clandestina de garimpos nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, localizadas no município. A ação envolve agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Força Nacional.
No entanto, as forças de segurança que participavam da ação foram surpreendidas por um grupo de garimpeiros, que iniciou um protesto contra a operação de proteção das terras indígenas. Uma estrada foi interditada, impedindo o andamento da operação.
Casas na aldeia Fazenda Tapajós do povo Munduruku foram atacadas e incendiadas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), em uma das residências estava uma das principais lideranças Munduruku que se opõem ao garimpo ilegal na região. O órgão pediu à PF que enviasse forças para o local. Não há notícias de feridos pelos incêndios, segundo o MPF.
Os manifestantes também tentaram destruir a base de apoio dos agentes federais e depredar patrimônio da União, aeronaves e equipamentos policiais, provocando que medidas de contenção fossem tomadas com efetividade para a dispersão dos invasores sem que houvesse feridos.
Pelo Twitter, o governador Helder Barbalho (MDB) disse que está enviando reforço de tropas estaduais para a região.
Governador Helder anuncia reforço de tropas estaduais em Jacareacanga. — Foto: Reprodução / Twitter
De acordo com a PF, o cumprimento dessa operação também faz parte de uma série de medidas, determinadas pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, em julho do ano passado, para realizar o enfrentamento e monitoramento da COVID-19, a fim de evitar o contágio e a mortalidade entre a população indígena.
No último dia 13 de maio, foi publicada no Diário Oficial da União uma decisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizando envio de agentes da Força Nacional para a atuarem na área por 90 dias. A decisão é para garantir a proteção das Terras Indígenas e impedir novos conflitos.
Ainda segundo a PF a prática clandestina, além de provocar graves danos ao meio ambiente devido ao uso de produtos químicos altamente nocivos, ainda causa a poluição de rios e lençóis freáticos, além de gerar uma série de outros problemas sociais na região, como conflitos entre garimpeiros e indígenas.
Os crimes investigados são de associação criminosa, exploração ilegal de matéria-prima pertencente a União, e delito contra o meio ambiente previsto, e outros crimes que venham a ser descobertos ao longo da investigação.
Várias outras ações nesse mesmo sentido vêm sendo deflagradas na região ao longo dos últimos anos — Foto: Reprodução/PF Pará
Com informacões G1
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