Conflito na Ucrânia pode gerar cinco milhões de refugiados na Europa

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Relatório divulgado pelos EUA aponta que invasão russa seria a maior operação militar no continente europeu desde a Segunda Guerra Mundial
Uma invasão russa na Ucrânia caracterizaria a maior operação militar na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial no continente, em maio de 1945. No entanto, além disso, a ofensiva pode levar a região a experimentar, novamente, uma crise de refugiados que poderia somar até cinco milhões de pessoas.
Funcionários de altos cargos administrativos do governo americano apresentaram um relatório – publicado neste sábado por jornais como o The New York Times e o The Washington Post – no qual apontam “possíveis enormes custos humanos”, em caso de conflito.
Os Estados Unidos projetam que uma invasão em larga escala da Rússia no país vizinho possa ocasionar a morte de até 50 mil civis e uma crise praticamente instantânea de refugiados na Europa. Se a guerra de fato acontecer, o prognóstico americano também indica que podem morrer entre cinco mil e 25 mil membros das forças ucranianas, e outros três mil a dez mil soldados russos.
A maioria dos milhões de refugiados, segundo o relatório, partiria em direção aos países vizinhos e também à Europa Ocidental, principalmente por meio da Polônia.
Ao mesmo tempo, o texto também reforça que ainda não está claro se Putin já decidiu ou não pela invasão à Ucrânia, o que, segundo o governo americano, não aconteceria ao menos até a segunda metade de fevereiro, e que a diplomacia ainda pode ser uma solução para o impasse.
A divulgação do relatório coincide com um momento em que cresce a concentração de tropas russas na fronteira da Ucrânia com Belarus. O Kremlin e Belarus argumentam, no entanto, que estão se preparando para a realização de exercícios conjuntos entre os dias 10 e 20 de fevereiro, com o objetivo de treinar para evitar ataques às fronteiras do sul de sua aliança.
O documento divulgado por Washington também especifica que há, no momento, ao menos 83 batalhões russos, com aproximadamente 750 militares cada, preparados para um possível ataque, além de militares que trabalham com apoio logístico, médico e aéreo.
Efetivo de 70% na fronteira com a Ucrânia
Os dados divulgados pelos Estados Unidos neste final de semana também apontam que a Rússia já concentra 70% do poderio bélico que o Kremlin planejou destacar para a fronteira com a Ucrânia até a metade deste mês.
Até o momento, segundo o governo americano, Moscou enviou 110 mil soldados para a região, mas ainda não está claro se Putin planeja, de fato, ordenar uma ofensiva.
Em uma conferência de imprensa, o porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, John Kirby, disse que a Rússia “desenvolveu capacidades para lançar uma grande operação militar na Ucrânia, e estamos trabalhando duro para preparar uma resposta”.
Além da possível invasão da Ucrânia, exercícios militares em outras regiões também têm irritado os Estados Unidos e a Otan, incluindo alguns a cerca de 240 quilômetros a sudoeste da Irlanda, que tem um acordo de parceria com a Otan. Outra prerrogativa para a desconfiança ocidental em relação à Rússia baseia-se na invasão e anexação da península da Crimeia, em 2014.
O governo do presidente Vladimir Putin, por outro lado, tem repetido que não pretende invadir e que não ameaça a Ucrânia.
Nos próximos dias, líderes europeus devem intensificar os esforços para uma solução diplomática para a crise. O presidente da França, Emmanuel Macron, viajará a Kiev nesta segunda-feira e, no dia seguinte, estará em Kiev. O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, que chegou hoje aos Estados Unidos, estará na capital ucraniana no dia 14 de fevereiro, antes de se deslocar para a Rússia.
Originalmente no DW
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