CPI da Covid: ‘Fui cassado em um tribunal de exceção’, diz Wilson Witzel

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Ex-governador do Rio de Janeiro voltou a dizer que foi alvo de uma perseguição política e disse que envio de verbas para os estados pelo governo federal não foi suficiente

Antes mesmo de o interrogatório começar na CPI da Covid, o governador cassado do Rio Wilson Witzel tentou elaborar uma defesa diante dos integrantes da comissão. Ele negou as acusações pelas quais foi retirado do cargo, resultado de um impeachment por corrupção na Saúde durante a pandemia. O ex-governador voltou a dizer que foi alvo de uma perseguição política, e cassado por um “tribunal de exceção”.

Wilson Witzel sugeriu, por exemplo, que seja quebrado o sigilo do seu vice e hoje governador do Rio, Cláudio Castro, aliado da família Bolsonaro. “Cláudio Castro estava em Brasília na véspera de buscas, isso merece quebra de sigilo”, disse Witzel, para quem é necessário investigar quem estaria por “trás” do seu processo de impeachment, apontando para uma “máfia” na área da Saúde.

Witzel afirmou que a CPI deveria aprovar a quebra de sigilo de organizações sociais de saúde do Estado, que administram UPAs e hospitais, para verificar para onde estão indo os recursos públicos. “Eu sai, mas as OS estão lá operando livremente”, disse. “Empresário Edson Torres é criminoso contumaz e está solto”, afirmou Witzel sobre o empresário apontado como operador econômico do escândalo envolvendo desvios de recursos na saúde do Rio.

“Fiz auditoria em organizações sociais, maior máfia no RJ é na saúde. Meu impeachment foi financiado por organizações sociais e alguém recebeu dinheiro. Quem recebeu dinheiro para meu impeachment pode ser do sistema do Judiciário”, disse também o ex-governador, para quem “tudo começou” quando ele determinou uma “investigação imparcial” do caso Marielle. Witzel acrescentou ainda que espera para que o mandante do assassinato, “quem sabe, seja descoberto”.

“A CPI pode deferir sob segredo de justiça, e aqui vai uma sugestão, com o Supremo Tribunal Federal, medidas cautelares de busca e apreensão de celular e documentos para sabermos quem está por trás do meu impeachment”, reforçou ele, afirmando estar com a vida ameaçada. “Corro risco de vida, por causa da máfia da saúde, e tenho certeza que tem miliciano envolvido”, disse Witzel.

Acompanhe a sessão

Envio de verbas não foi suficiente

Em seu depoimento, Wilson Witzel afirmou que o envio de verbas federais para os estados enfrentarem a pandemia não foi suficiente. Ele também voltou a criticar a falta de cooperação pelo Ministério da Saúde durante o período. “Cooperação do Ministério da Saúde foi praticamente zero, foi uma descooperação (sic)”, disse ele.

Wilson Witzel também reclamou do critério de distribuição dos recursos federais aos Estados. “Envio de verbas contra Covid prejudicou Rio e São Paulo e prestigiou Nordeste”, disse ele.

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), rebateu o ex-governador, lembrando que o formato de distribuição foi votado pelo Congresso Nacional, tendo como um dos critérios a sistemática do Fundo de Participação dos Estados (FPE). “O critério utilizado pelo Congresso pode até não ser bom para os estados do Sul, São Paulo e Rio, mas o critério foi o fundo de participação dos estados”, disse o senador.

Witzel também fez críticas à atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em torno do controle de chegada de estrangeiros nos aeroportos brasileiros. “Anvisa não estava fazendo o controle. E eu fui duramente criticado porque tomei essa medida, fui chamado de tirano, ditador. Meu decreto proibia o ingresso de turistas no aeroporto”, disse ele.

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