Criaturas dos charco mais fundos da nação habitam temporariamente nossos pensamentos
Ouvindo, a contragosto, a gravação da conversa de Kajuru com aquele que não deve ter o nome escrito sob pena de sujar o papel, a primeira impressão que tive foi o charco em que se transformou a política praticada por esses seres.
Na esteira, ocorreram-me músicas, poemas, obras artísticas contundentes, que expressam esse tipo de gente, melhor do que qualquer comentário que poderia fazer. Atemporais, cáusticas, críticas, mesmo que fortes, ainda muito longe do abuso criminoso que sofremos, particularmente nessa triste quadra do século 21, onde o Brasil virou motivo de chacota, pena, discriminação e/ou ojeriza internacional dada a política genocida adotada pelo cruel.
Embora tenhamos mais um tempo a cumprir nesse périplo de expiação e purgação, haveremos de nos refundar de alguma forma, haveremos de nos reinventar como país.
Por ora, essas criaturas do charco, extraídas dos pântanos mais fundos do interior da nação, que habitam, temporariamente, nossos pensamentos e cotidiano, ainda nos farão corar de vergonha e horror, como o velho sábio Brizola já predizia:
“Estou pensando em criar um vergonhódromo para políticos sem-vergonha, que ao verem a chance de chegar ao poder esquecem os compromissos com o povo”.
Imagina se vivo estivesse, teria de construir vergonhódromos de norte a sul.
Na verdade, observando o cenário em que nos encontramos, o que temos mesmo são ‘charcódromos’ espalhados por todo território nacional.
VOZ DO PARÁ: Essencial todo dia!