Sentença gera divisão nos EUA e marca um momento sem precedentes na história política americana
Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, foi oficialmente declarado criminoso condenado em decorrência do caso envolvendo pagamentos de “dinheiro para silenciar” feitos à atriz pornô Stormy Daniels. A decisão judicial, que ocorre apenas dez dias antes de sua posse como o 47º presidente dos EUA, não resulta em pena de prisão ou multa, mas o classifica como criminoso condenado perante a lei.
Suprema Corte dos EUA nega apelação de Trump
A Suprema Corte dos EUA rejeitou um pedido de última hora de Trump para suspender o processo, permitindo que o juiz Juan Merchan conduzisse uma audiência virtual que culminou na decisão. Em uma votação apertada, com 5 votos contra 4, os juízes conservadores John Roberts e Amy Coney Barrett se juntaram aos três liberais da corte para negar a apelação.
“A dispensa incondicional foi afirmada como apropriada. Eu a imponho”, anunciou Merchan, atendendo ao pedido dos promotores que argumentaram que a condenação é válida mesmo durante o processo de apelação.
Trump, por sua vez, criticou duramente a decisão, chamando-a de perseguição política. “Sou inocente de todas as acusações falsas e inventadas pelo Juiz”, escreveu em sua rede social, Truth Social. Ele também acusou o sistema de Justiça de estar sendo usado como arma contra ele, uma prática que chamou de “Lawfare”.
O caso: pagamentos à atriz Stormy Daniels
A origem do caso remonta a 2017, quando Trump supostamente reembolsou seu então advogado, Michael Cohen, pelos US$ 130.000 pagos a Stormy Daniels para evitar que ela divulgasse detalhes de um suposto caso extraconjugal. Promotores argumentaram que Trump registrou os pagamentos de forma fraudulenta como despesas legais, o que levou a 34 acusações criminais após a elevação do caso de contravenção para crime.
Apesar da condenação, a defesa de Trump tentou argumentar que parte das evidências usadas no julgamento não deveria ser admissível, alegando que algumas delas envolviam ações realizadas enquanto ele era presidente. Contudo, essas alegações foram rejeitadas pelo juiz Merchan.
Divisões políticas e impacto na posse
A condenação de Trump ocorre em um momento de extrema polarização nos Estados Unidos. Eleitores o elegeram tanto pelo voto popular quanto pelo colégio eleitoral em novembro, derrotando Kamala Harris, que assumiu a candidatura democrata após a desistência de Joe Biden em julho. Trump deve assumir a presidência em 20 de janeiro, mas a condenação levanta dúvidas sobre o impacto de sua reputação no início de seu mandato.
Perspectivas e tensões futuras
A condenação de Trump, a primeira do tipo para um presidente eleito nos EUA, intensifica ainda mais o clima político nos Estados Unidos. Aliados de Trump denunciam o caso como um ataque partidário, enquanto opositores argumentam que a decisão reforça a necessidade de responsabilizar figuras públicas, independentemente de seu status político.
Com os desafios legais ainda pairando sobre ele, Trump se prepara para tomar posse sob uma nuvem de controvérsia, o que promete marcar sua presidência desde o início. A forma como ele lidará com as acusações e com o ceticismo público será um teste importante para sua liderança nos próximos anos.