O presidente da Venezuela confirmou a chegada de uma “importante delegação” dos Estados Unidos a Caracas para retomar as negociações iniciadas em março.
“Jorge Rodríguez [presidente da Assembleia Nacional] neste momento está recebendo uma comitiva do Governo dos Estados Unidos; a importante delegação chegou à Venezuela há duas horas”, informou nesta segunda-feira o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em transmissão do canal estatal Venezolana de Televisión.
O líder chavista assegurou que as delegações de ambos os países estão trabalhando para dar continuidade à agenda bilateral entre Caracas e Washington, bem como as comunicações iniciadas em 5 de março; além de abordar “vários problemas”.
Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA declarou, sob condição de anonimato, que o embaixador James Story, diretor da Unidade de Assuntos Venezuelanos do governo dos EUA com sede na Colômbia, e o enviado especial presidencial para assuntos de reféns, Roger Carstens, compõem a comitiva do país norte-americano.
Nesse sentido, o porta-voz qualificou a visita da delegação norte-americana como uma reunião assistencialista focada na segurança dos americanos detidos na Venezuela.
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O governo venezuelano decidiu romper as relações diplomáticas com os Estados Unidos em janeiro de 2019 após seu apoio à proclamação como presidente interino da oposição Juan Guaidó após a reeleição de Maduro nas eleições do mesmo ano.
Desde 5 de março de 2022, os dois lados mostraram sua disposição de dialogar para resolver disputas.
Após a primeira reunião, o governo venezuelano libertou dois norte-americanos, acusados de corrupção e terrorismo, ao mesmo tempo em que concordou em voltar à mesa de negociações com a oposição apoiada pelos Estados Unidos. No entanto, Caracas garantiu que não venderiam petróleo aos EUA a menos que Washington reconhecesse Maduro, já que antes a Casa Branca argumentava que nunca o reconheceria como presidente do país latino-americano.
Por sua vez, os Estados Unidos, em meio à crise energética global, permitiram que empresas petrolíferas, incluindo a Chevron, retomassem suas atividades na Venezuela, aliviando assim as pesadas sanções impostas ao país sul-americano desde 2019. Entre a lista de sancionados estão Carlos Malpica Flores, sobrinho da esposa de Maduro, Cilia Flores, e ex-funcionário da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).