População ocupada chega a 103 milhões, marcando novo recorde desde 2012, aponta IBGE.
O mercado de trabalho brasileiro alcançou um marco histórico no terceiro trimestre de 2024: o desemprego caiu para 6,4%, a menor taxa já registrada desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012. O dado, divulgado nesta sexta-feira (22) pelo IBGE, reflete uma combinação de fatores econômicos que impulsionaram o aumento do número de pessoas ocupadas, agora estimado em 103 milhões.
Queda histórica no desemprego
A taxa de desocupação recuou 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e 1,9 ponto na comparação com o mesmo período de 2023. Em números absolutos, 7 milhões de pessoas permanecem desocupadas, uma redução de 7,2% frente ao trimestre anterior e de expressivos 15,8% na comparação anual.
O destaque da pesquisa está na contínua recuperação de empregos de longo prazo: o número de pessoas que buscavam trabalho há dois anos ou mais caiu para 1,5 milhão, o menor índice desde 2014 para o terceiro trimestre. Essa melhora reflete não apenas a retomada da economia, mas também políticas públicas que visam requalificação profissional e estímulos ao mercado de trabalho formal.
Ocupação atinge recorde
Com o aumento de 1,2% na população ocupada, o Brasil registrou 103 milhões de pessoas empregadas, o maior número já contabilizado desde o início da série histórica. No acumulado do ano, o crescimento foi de 3,2%, mostrando a força de setores como comércio, serviços e agronegócio.
Apesar do avanço geral, a redução no desemprego não foi homogênea: apenas sete das 27 unidades da federação registraram recuo significativo. Especialistas alertam para disparidades regionais e desafios persistentes, como a alta informalidade em determinados setores.
Desafios e perspectivas
Embora os números sejam animadores, especialistas destacam que a qualidade dos empregos ainda é uma questão a ser enfrentada. Muitos dos postos criados estão no setor informal, que representa cerca de 40% da força de trabalho do país. Além disso, a produtividade do trabalhador brasileiro permanece abaixo da média de países desenvolvidos, o que exige investimentos em educação e capacitação.
A queda no desemprego é um sinal claro de recuperação econômica e avanço no mercado de trabalho, mas também evidencia desafios estruturais que precisam ser enfrentados para consolidar o crescimento sustentável. O cenário, contudo, reforça o otimismo para os próximos meses, com projeções de mais contratações em setores estratégicos e maior confiança dos consumidores.