Desmatamento na Amazônia bate o terceiro recorde seguido, aponta Imazon

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Destruição das floresta brasileiras acelerou na gestão de Jair Bolsonaro

O desmatamento na Amazônia foi o maior em dez anos pelo terceiro mês consecutivo, mostra relatório divulgado Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) nesta quarta-feira (16). Os dados analisados com base em imagens de satélite apontam que desmatados 1.125 quilômetros quadrados de floresta em maio, o maior registrado no mês nos últimos 10 anos, e equivale a uma área do tamanho da cidade do Rio de Janeiro.

O aumento do desmatamento ocorre em meio às investigações da Polícia Federal (PF) contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Revogação de medidas que proibiam a exportação ilegal de madeira e movimentações financeiras suspeitas de pelo menos R$ 1,7 milhão desde que participa do governo federal são algumas suspeitas levantadas pela PF.

Conforme o Imazon, a área desmatada foi 70% maior que o registrado no mesmo período de 2020, que foi de 660 quilômetros quadrados.“Esse aumento expressivo em maio é muito preocupante porque estamos entrando na estação seca, que na maior parte da Amazônia Legal ocorre entre junho e setembro, quando historicamente são registrados os picos de desmatamento do ano”, comenta o pesquisador do Imazon Antonio Fonseca.

O Imazon aponta que mais da metade das áreas desmatadas estão no Pará, onde as cidades de Altamira, São Félix do Xingu, Novo Progresso e Itaituba figuram entre as campeãs do desmatamento, além do Estado do Amazonas, com 688 quilômetros quadrados  devastados em maio, o que corresponde a 60% do total detectado na região amazônica.

No caso do Amazonas, os três municípios que figuram no ranking dos dez onde foram registradas as maiores destruições da floresta, Lábrea, Apuí e Novo Aripuanã, estão localizados no sul do estado. Além disso, seis dos dez assentamentos que mais registraram florestas desmatadas estão em solo amazonense.

“Apesar do Pará retornar ao primeiro lugar do ranking dos estados que mais desmataram na Amazônia Legal em maio, é possível perceber que o Amazonas segue em ritmo alto de desmatamento”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Mato Grosso (20%), seguido de Rondônia (12%), Acre (4%), Maranhão (3%) e Roraima (1%) aparecem na sequência entre os estados com mais desmatamento em maio.

Já a análise do desmatamento por categoria do território indicou que 66% ocorreram em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse, 17% em assentamentos, 15% em unidades de conservação e 2% em terras indígenas.

Aumento de 144%

Conforme o instituto, as florestas degradadas na Amazônia Legal somaram quilômetros quadrados em maio, o que representa aumento de 144% em relação ao mesmo mês em 2020, quando a área foi de 16 quilômetros quadrados. A degradação detectada em maio deste ano ocorreu no Mato Grosso (85%) e no Pará (15%).

O Imazon classifica o desmatamento como o processo de realização do “corte raso”, que é a remoção completa da vegetação florestal. Na maioria das vezes, essa mata é convertida em áreas de pasto. Já a degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira. Outros exemplos de degradação são os incêndios florestais, que podem ser causados por queimadas controladas em áreas privadas para limpeza de pasto, por exemplo, mas que acabam atingindo a floresta e se alastrando.

Fonte: Imazon

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