Na manhã desta quarta-feira (22), na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), uma audiência pública semipresencial vai discutir incidências e origens da Doença de Haff, conhecida como ‘Doença da Urina Preta’. A Comissão Permanente de Apoio à Pesca e Aquicultura, o encontro também deve abordar os impactos econômicos provocados pela doença.
Segundo relatos de pescadores, vendedores de peixes e demais comerciantes ou trabalhadores da cadeia produtiva, o medo por parte da população provocou a queda geral nas vendas de pescado, se estendendo para além daquelas espécies associadas à doença, que são pirapitinga, pacu, tambaqui e crustáceos, como o camarão. Trabalhadores do setor chegam a afirmar que o impacto econômicos tem sido maior do que o provocado pela pandemia da covid-19.
Alguns municípios do interior do Estado, entre eles Santarém, chegaram a proibir a comercialização de peixes vindos do Amazonas ou a recomendar o não consumo dessas espécies por parte da população. Em Belém, feirantes têm reagido à queda nas vendas. Na manhã da última sexta-feira (17), as avenidas Boulevard Castilho França e Portugal, no bairro da Cidade Velha, foram fechadas pelo movimento intitulado “Grito dos trabalhadores da Pedra do Peixe”, que cobrava mais informações sobre a doença. “Não podemos aceitar esse tipo de sacanagem com o pescado. Sem que a academia comprove, não vou aceitar que o peixe seja taxado como algo que não se pode comer, como algo ruim”, declarou, na ocasião o deputado Orlando Lobato.
Na última segunda, trabalhadores do mercado do Guamá realizaram um protesto e distribuíram tambaqui assado para quem passava pelo local. Até o momento, no Pará, existem oito casos suspeitos da doença. Três desses casos são de Belém, sendo que, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), dois desses pacientes tiveram diagnóstico médico sugestivo da doença, contudo, não apresentaram todos os critérios clínicos que definem a Síndrome de Haff.
Fonte: O liberal