As toxinas que causam a doença foram encontradas em peixes (tambaqui, badejo e arabaiana) e crustáceos como lagostas e camarões
A Síndrome de Haff, também conhecida como “doença da urina preta”, teve surtos recentes em alguns estados brasileiros, principalmente Amazonas e Bahia. No entanto, as causas desse aumento de casos ainda eram incertas, por isso, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-BA) e a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador voltaram a analisar pacientes que tiveram a doença entre o começo de 2016 e 2021 no estado.
O estudo publicado no periódico Lancet Regional Health – Americas concluiu que a “doença da urina preta” é causada principalmente pela absorvição de biotoxinas e metais pesados através do consumo de peixes contaminados.
As toxinas foram encontradas majoritariamente nas espécies de peixes tambaqui, badejo e arabaiana, e ainda em alguns crustáceos como lagostas e camarões. É importante ressaltar que para a doença ser causada é necessário que o animal esteja contaminado.
Causas da “doença da urina preta”
A pesquisa ainda diz que o consumo de determinados medicamentos ou de diretamente alguns metais pesados pode causar a “doença da urina preta”. Por isso, cada caso precisa ser avaliado individualmente.
Os resultados ainda mostram que o escurecimento da urina é causado pela rabdomiólise. Basicamente, em pacientes com a doença, ocorre uma quebra do tecido muscular que libera essa toxina no sangue. O corpo então tenta eliminar através da urina, o que causa o escurecimento.
A Fiocruz também explica que não há uma conclusão para o que causa a intoxicação dos peixes, mas a principal teoria é de que eles acumulam essas toxinas em seus corpos através do consumo de alimentos e organismos.
Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas da “doença da urina preta” incluem náuseas, fraqueza nas pernas e tontura. A condição pode causar insuficiência renal que, se não tratada, pode levar ao óbito.