Minério de ferro em baixa e realização de lucros impactam bolsa brasileira
Dólar cai abaixo de R$ 5,90 e atinge menor nível em dois meses; bolsa recua com pressão de mineradoras
Nesta terça-feira (28), o mercado financeiro brasileiro viveu um dia de alívio no câmbio, mas de tensão na bolsa de valores. O dólar comercial fechou em queda, atingindo o menor nível em dois meses, enquanto o Ibovespa recuou, pressionado por mineradoras e pela venda de papéis por investidores que buscaram embolsar lucros recentes.
Dólar comercial fecha em R$ 5,869, menor valor desde novembro
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,869, com uma queda de 0,73% em relação ao fechamento anterior. A moeda norte-americana chegou a atingir R$ 5,85 durante a tarde, seu menor patamar desde 26 de novembro de 2023. No acumulado de 2025, a divisa já registra uma queda de 5,02%.
A queda foi impulsionada por fatores externos e internos. No cenário internacional, o atraso na adoção de medidas de elevação de tarifas comerciais pelo governo do presidente norte-americano, Donald Trump, contribuiu para o sétimo dia consecutivo de recuo do dólar. Já no Brasil, a divulgação de que a arrecadação federal em 2024 atingiu um recorde de R$ 2,65 trilhões, com crescimento real de 9,6% acima da inflação, trouxe alívio aos investidores.
Ibovespa recua 0,65%, pressionado por mineradoras e realização de lucros
Enquanto o câmbio respirava, a bolsa de valores enfrentou um dia mais tenso. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em 124.055 pontos, com queda de 0,65%. O recuo foi puxado principalmente por dois fatores: a queda no preço do minério de ferro, que impactou as ações de mineradoras, e a realização de lucros por parte de investidores, que venderam papéis que haviam se valorizado significativamente no dia anterior.
Na segunda-feira (27), o Ibovespa havia fechado no maior nível em 45 dias, o que incentivou muitos investidores a aproveitar a valorização para garantir ganhos. Além disso, o baixo desempenho do minério de ferro no mercado internacional pesou sobre empresas do setor, como Vale, que tiveram suas ações pressionadas.
Cenário externo e interno: o que explica o alívio no câmbio?
No cenário externo, a expectativa de que o governo dos EUA adie a implementação de novas tarifas comerciais trouxe alívio aos mercados emergentes, incluindo o Brasil. A medida reduz a pressão sobre o dólar e melhora o apetite por ativos de risco.
Internamente, a notícia de que a arrecadação federal em 2024 superou as expectativas trouxe otimismo ao mercado. O crescimento real de 9,6% acima da inflação em relação a 2023 reforça a percepção de que a economia brasileira está em um caminho de recuperação, apesar dos desafios fiscais.
Minério de ferro em baixa e realização de lucros impactam bolsa brasileira
O desempenho das mineradoras foi um dos principais responsáveis pela queda do Ibovespa. Com o preço do minério de ferro em baixa no mercado internacional, empresas do setor tiveram suas ações pressionadas. Além disso, a realização de lucros por investidores após o forte desempenho da bolsa no dia anterior contribuiu para o recuo.
Apesar da queda, analistas destacam que o mercado brasileiro continua atraente para investidores estrangeiros, especialmente diante da perspectiva de juros mais baixos no futuro e do crescimento econômico sustentável.
O dia foi marcado por um alívio no câmbio, com o dólar atingindo o menor patamar em dois meses, enquanto a bolsa de valores enfrentou pressões pontuais. A combinação de fatores externos, como o atraso nas tarifas comerciais dos EUA, e internos, como a arrecadação recorde do governo federal, trouxe otimismo ao mercado. No entanto, a queda no preço do minério de ferro e a realização de lucros pelos investidores pesaram sobre o Ibovespa, mostrando que, mesmo em um cenário favorável, os desafios persistem.