Educação para a evolução das sociedades humanas

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
O processo educativo deve libertar os indivíduos do senso comum, dos achismos e dos preconceitos enraizados na sociedade. De acordo com educador e Filósofo brasileiro Paulo Freire, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou sua construção. Quem ensina aprende e quem aprende ensina ao aprender” (Comunicação MST)

A educação contribui na evolução das consciências social, moral e ética das diversas sociedades. Ela é o pilar central do desenvolvimento intelectual do ser humano, e, consequentemente, a responsável pelo processo evolutivo humano, de tal modo que uma sociedade sem educação acaba definhando no seu auto-achismo.

Ao longo da história, as pessoas foram ensinadas a como se comportarem, a falarem e a expressarem o seu modo de ser. Assim sendo, trazem consigo, muitas das vezes, uma carga de ideologias opressivas que ditavam o que era considerado certo e errado. Cada indivíduo “racializado” e “sexualizado” já possuía o papel estabelecido de como agir em sociedade.

Devido a isso, as diversas sociedades, ainda hoje, continuam reproduzindo mitos que regem o agir dos indivíduos baseados em achismos. Torna-se necessário pensar numa educação libertadora que não tema a filosofia, a sociologia, a geografia e a história, permitindo, assim, o livre pensamento crítico sem a repetição dos arcaísmos que favorecem a classe dominante.

Segundo o educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, “seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitisse às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica”. É notável que, por falta da liberdade do pensamento crítico, o sistema manipula e dita uma forma de educação opressiva, aumentando fortemente os conservadorismos nas sociedades.

A educação não é a reprodução do que fora ensinado. Ela deve libertar os indivíduos do senso comum, dos achismos e dos preconceitos enraizados na sociedade. Caso contrário, não se trata de educação, pois não há uma contribuição na formação de sujeitos, mas sim uma massa que será manipulada e objetificada por um grupo dominante.

Romper com os achismos é dar credibilidade ao conhecimento, é pensar criticamente a realidade questionando e agindo de acordo com o logos, ou seja, a razão, permitindo que os sujeitos ajam com autonomia. De outro modo, os indivíduos continuarão a agir como grande parte das pessoas negacionistas, ou como diz Marilena Chauí, “pessoas que odeiam o pensamento e o conhecimento”.

Perceber isso em plena pandemia, com a qual milhares de vidas vêm sendo ceifadas a cada dia é triste demais. É deprimente ver que em pleno século 21 ainda há pessoas que negam a ciência, o conhecimento para o bem social. A educação não contribui e muito menos é conivente com as mortes, para isso que se torna necessário falar em evolução.

Torna-se necessário falar da educação como evolução quando é visto o preconceito destilados aos ventos juntamente com o ódio. Quando em pleno mês do orgulho LGTBQIA+ professores perdem seus empregos por tratarem de temas que trabalham o respeito para com o próximo e a dignidade dessas pessoas que são vulneráveis a sociedade. Quando mulheres, ainda hoje, têm que cumprir com seu papel social cuidando da casa e dos filhos não podendo fazer outras coisas. Quando há o aumento de mulheres que são agredidas e espancadas em pleno lockdown.

Deve-se pensar também no retrocesso causado pela falta ou precariedade da educação na sociedade, ainda mais quando líderes indígenas são recebidos com bombas em frente ao prédio da Funai para reivindicar seus direitos. A eles foram tirados territórios e, até mesmo, as suas línguas por uma educação imperial que menospreza e diminui a cultura desses povos.

De acordo com educador e Filósofo brasileiro Paulo Freire, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou sua construção. Quem ensina aprende e quem aprende ensina ao aprender”. É com base nisso que se deve apoiar os pilares da educação para que as sociedades evoluam nos princípios básicos da ética, bem como o respeito com a diversidade e pluralidade de pessoas, o amor para com o próximo e a saber, o reconhecimento que deve ser garantido a todos o direito à vida e à dignidade, pois se tratam de seres humanos e não seres inanimados. (por Robert Henrique Sousa Dantas)

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