Eleição decisiva: Kamala ou Trump? Quem sairá vencedor na eleição mais acirrada dos EUA?

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Sete estados são considerados decisivos, enquanto o sistema de Colégio Eleitoral pode definir o resultado mesmo sem maioria no voto popular

A eleição presidencial nos Estados Unidos chega ao fim nesta terça-feira (5), com a expectativa de definir o próximo líder do país para os próximos quatro anos: Kamala Harris, representando o Partido Democrata, ou o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano. No entanto, o sistema eleitoral norte-americano, com seu formato indireto, coloca uma camada de complexidade na disputa, focada no controverso Colégio Eleitoral.

Ao contrário de outros sistemas eleitorais diretos, os eleitores americanos não votam diretamente em seus candidatos preferidos para presidente. Em vez disso, o pleito é decidido por um total de 538 delegados distribuídos entre os 50 estados e o Distrito de Columbia, com base em suas populações. Para sair vitorioso, um candidato precisa garantir ao menos 270 desses votos. Isso faz com que a disputa se concentre mais nos estados decisivos, conhecidos como “swing states” ou “estados pendulares”, onde o resultado pode pender para qualquer um dos lados.

O sistema “winner takes all” — ou “o vencedor leva tudo” — que caracteriza o Colégio Eleitoral, torna estados como Califórnia, Texas, Flórida, Nova York e Pensilvânia peças fundamentais. Na Califórnia, por exemplo, o candidato vencedor recebe todos os 54 votos delegados, enquanto o Texas oferece 40. Por outro lado, estados como Dakota do Norte e Vermont têm apenas três delegados cada, ilustrando a disparidade na influência estadual.

Mesmo que um candidato tenha maioria no voto popular, isso não garante a vitória presidencial. Um exemplo emblemático foi em 2016, quando Donald Trump venceu no Colégio Eleitoral, apesar de Hillary Clinton ter obtido quase 3 milhões de votos populares a mais. Esse descompasso é uma das críticas frequentes ao sistema.

Estados pendulares: o campo de batalha decisivo

Sete estados são vistos como decisivos nesta eleição: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin. O resultado nesses locais será crucial para definir quem assume a presidência, uma vez que não apresentam uma clara maioria partidária e podem ser conquistados por qualquer candidato.

Se houver um raro empate de 269 a 269 votos no Colégio Eleitoral, a decisão vai para a Câmara dos Deputados, onde cada estado tem direito a um único voto. Nesse caso, a dinâmica política ganha um novo nível de imprevisibilidade, envolvendo a composição da Câmara e os alinhamentos partidários.

Votos antecipados e recorde de participação

Outro elemento importante na eleição deste ano é o recorde de votos antecipados, um fenômeno impulsionado pela pandemia e pelo desejo de evitar aglomerações. Mais de 80 milhões de eleitores optaram por essa modalidade, seja enviando seus votos pelos Correios ou utilizando pontos de votação antecipada. Esse movimento reflete a tentativa do sistema eleitoral americano de se adaptar a um cenário inédito e reduzir o caos no dia oficial da eleição.

Com todas essas particularidades, a decisão desta terça-feira promete ser mais do que um simples exercício democrático: é um teste do sistema eleitoral dos Estados Unidos e uma luta pelo controle de uma das maiores economias do mundo.

 

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