Em plebiscito, Chile rejeita nova Constituição com ampla margem

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Com 90% das urnas apuradas, 62% dos chilenos votaram contra o texto, impondo derrota ao governo de Gabriel Boric

O Serviço Eleitoral do Chile (Servel) informou na noite deste domingo (04/09) o encerramento do dia do plebiscito, no qual mais de 15 milhões de cidadãos puderam votar e decidir se aprovam ou rejeitam o texto para uma nova Constituição no país. Também foram iniciadas as contagens de votos que podem ser acompanhadas por meio do site do ´órgão.

Após duas horas do encerramento das assembleias de voto, o órgão eleitoral apurou cerca de 90% das urnas. A opção “Rechazo” lidera a decisão da nova Constituição chilena, com 62% dos votos, ante 38% de quem apoiou o novo texto.

De acordo com o Servel no momento do encerramento, havia eleitores nas filas dos locais de votação esperando para votar, devendo ser autorizados a exercer seu dever. Um total de 15.076.690 pessoas foram convocadas a votar no país, enquanto 97.239 o fizeram no exterior.

Horas antes, o Diretor Nacional de Servel, Raúl García Aspillaga, sublinhou que o dia transcorreu “normalmente e que as pessoas foram bem atendidas”.

“Destacamos a responsabilidade cívica com que os cidadãos assumiram este plebiscito, o dia foi muito calmo, há um bom nível de participação nas assembleias de voto, acreditamos que podemos ter mais surpresas positivas”, disse García Aspillaga.

As mesas de votação abriram na maioria das regiões do Chile a partir das 08h no horário local para que os cidadãos participassem do plebiscito para aprovar ou rejeitar o texto da nova Constituição. A participação na consulta sobre a aprovação ou não da nova Carta Magna era obrigatória sob pena de multa.

No momento da votação, cada eleitor tinha uma cédula com a pergunta “Você aprova o texto da Nova Constituição proposta pela Convenção Constitucional?”, tendo como opções de voto “aprovo” ou “rejeito”.

Caso vença a opção de Aprovação, o presidente Gabriel Boric deverá convocar o Plenário do Congresso para que, em ato público e solene, a nova Constituição seja promulgada e respeitada. Se vencer a opção que rejeita o texto da nova Constituição, a atual Carta Magna – escrita durante a ditadura de Augusto Pinochet – continuará em vigor no país.

Em declarações à imprensa, Boric disse que, seja qual for o resultado do plebiscito, vai pedir “unidade nacional” num exercício de “mais democracia” para superar as fraturas sociais.

O presidente também prometeu esgotar sua legislatura e convocar todas as forças sociais e políticas para continuar com o processo, seja para aplicar o novo texto em caso de aprovação ou redigir outro em caso de rejeição. “Posso garantir que nossa vontade e ação, independentemente do resultado, será de convocar uma ampla unidade nacional de todos os setores, organizações sociais, sociedade civil, partidos políticos”, disse.

A nova Carta Magna decorrente da Convenção Constitucional consagra um “Estado Social de Direitos”, em resposta às reivindicações expressas nas massivas manifestações sociais de outubro de 2019.

O projeto constitucional também estabelece um novo catálogo de direitos sociais em saúde, educação e previdência, com forte ênfase no meio ambiente e na proteção de novos direitos.

(*) Com Telesur

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