O imposto sobre veículos elétricos deve quadruplicar
O presidente dos EUA, Joe Biden, deve dobrar, triplicar ou quadruplicar os impostos sobre alguns produtos chineses, informou a Bloomberg. Esta é a mais recente medida na escalada da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.
As tarifas em setores-chave serão aumentadas ou adicionadas após um processo de revisão de dois anos, disse o meio de comunicação, citando pessoas familiarizadas com o assunto. O aumento mais acentuado afetará os veículos elétricos fabricados na China, com o imposto total subindo de 27,5% para 102,5%. Outros itens específicos, como baterias, células solares, aço e alumínio, terão tarifas duplicadas ou triplicadas, acrescentou.
Em Março, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que a China estava a produzir demasiadas baterias, painéis solares e carros elétricos, inundando o mercado com produtos baratos, o que, segundo ela, está prejudicando os trabalhadores americanos.
Um grupo comercial dos EUA, a Alliance for American Manufacturing, disse em Fevereiro que a indústria automóvel da China representava uma “ameaça existencial” para os fabricantes de automóveis dos EUA, citando preços “surpreendentemente baixos” do principal fabricante de automóveis chinês BYD, que produz veículos de altíssima qualidade.
Os aumentos esperados fazem parte de uma disputa comercial entre Washington e Pequim que começou em 2018, quando o então presidente Donald Trump começou a estabelecer tarifas e outras barreiras comerciais à China para resolver o que descreveu como práticas comerciais injustas. Desde então, a Casa Branca tomou novas medidas contra as empresas chinesas e restringiu o investimento no país.
Durante a atual campanha eleitoral, Trump propôs tarifas generalizadas e disse que aumentaria as tarifas sobre os carros chineses fabricados no México para até 200%. Biden, que tentará a reeleição em novembro, procura contrastar a sua abordagem com a do presumível candidato republicano, visando apenas indústrias selecionadas, observou Bloomberg.
A Casa Branca também tem como alvo a indústria de semicondutores da China, introduzindo um número crescente de controles de exportação destinados a privar as empresas chinesas do acesso a semicondutores avançados e equipamentos industriais.
As autoridades chinesas denunciaram repetidamente a política comercial e tecnológica dos EUA, descrevendo-a como “bullying econômico”. O governo chinês tomou várias contramedidas para retaliar as sanções dos EUA. Entre elas estão restrições às exportações de matérias-primas estratégicas utilizadas em tecnologias de defesa, eletrônica e energia limpa.