Estados Unidos e União Europeia não conseguiram “Ucranizar” o G20

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 A declaração da cúpula menciona os conflitos, mas apenas no contexto da necessidade de resolvê-los

Os Estados Unidos e União Europeia não conseguiram fazer com que a cúpula do G20 em Nova Delhi girasse em torno do conflito na Ucrânia, em grande parte devido aos esforços dos países em desenvolvimento, observou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.

Falando aos repórteres no domingo, Lavrov, que liderou a delegação russa na reunião, elogiou a Índia, anfitriã da cúpula, afirmando que ela ajudou a consolidar os países do Sul Global. Como resultado, eles se levantaram “para proteger seus interesses legítimos”, o que tornou possível “impedir o Ocidente de mais uma vez ‘ucranizar’ toda a agenda” da cúpula e desviar a atenção dos problemas urgentes enfrentados pelas economias emergentes.

O ministro das Relações Exteriores destacou que a declaração conjunta “menciona a crise na Ucrânia, mas apenas no contexto da necessidade de resolver todos os conflitos” de acordo com os princípios da Carta da ONU. Lavrov insistiu que o G20 deve se concentrar em questões econômicas e financeiras e elogiou os países em desenvolvimento, que evitaram que a reunião se transformasse em um “clube politizado”.

A declaração final do G20, adotada no sábado, “destacou o sofrimento humano e os impactos negativos da guerra na Ucrânia no que diz respeito à segurança alimentar e energética global, cadeias de abastecimento, estabilidade macrofinanceira, inflação e crescimento”. Também reconheceu que alguns membros do G20 tinham opiniões divergentes sobre os confrontos entre Moscou e Kiev.

Antes da divulgação da declaração, a Reuters informou que o parágrafo sobre a Ucrânia havia sido um grande obstáculo, já que os países ocidentais pressionavam por uma forte condenação da Rússia, uma abordagem que encontrou oposição de outros membros.

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