Petro reconhece Maduro como o presidente legítimo da Venezuela, ao contrário de seu antecessor, Iván Duque
Os Estados Unidos estão irritados com Petro por seu encontro com Maduro em Caracas, que marca um ponto de virada nas relações bilaterais entre Colômbia e Venezuela.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi recebido nesta terça-feira com honras no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, onde realizou seu primeiro encontro com seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, para tratar de vários assuntos que afetam a relação recentemente restaurada entre os dois países.
Os presidentes assinaram uma declaração conjunta com forte tom político, onde se valoriza a convicção comum de avançar no caminho da fraternidade.
Após essa reunião, o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ned Price, pediu à Colômbia que trabalhe com seus parceiros para promover um continente “democrático e próspero”, bem como “a responsabilização daqueles governos que violaram as normas democráticas”.
A autoridade norte-americana defendeu “a restauração da democracia e do Estado de Direito” na Venezuela e ressaltou que o único caminho é a negociação entre o governo e a oposição.
Além disso, ele alertou que Washington manterá sua atual política de sanções. “Nossa posição não mudará até que vejamos progressos nos direitos do povo venezuelano”, acrescentou Price.
Em 23 de fevereiro de 2019, Caracas anunciou o fechamento total de suas fronteiras com a Colômbia devido a uma trama de golpe, orquestrada pelos Estados Unidos, com o apoio da Colômbia. Isso se refere à tentativa fracassada do líder da oposição venezuelana Juan Guaidó de entrar sem autorização em uma suposta ajuda humanitária à Venezuela através da cidade colombiana de Cúcuta.
Nesse mesmo ano, ambos os países romperam relações diplomáticas depois que a Colômbia, secundando os Estados Unidos, reconheceu Guaidó como o “presidente interino” da República Bolivariana.
Ambos restabeleceram as relações diplomáticas em agosto passado, após quase quatro anos, com a chegada de Petro ao poder, que reconhece Maduro como o presidente legítimo da Venezuela, ao contrário de seu antecessor, Iván Duque.