O pedido de colaboração prevê quebras de sigilo bancário de contas de pessoas físicas e jurídicas, como o tenente-coronel Mauro Cid e Jair Bolsonaro
247 – O Departamento de Justiça em Washington, capital dos Estados Unidos, autorizou integralmente o pedido de colaboração policial internacional para investigar o esquema ilegal de venda de joias e relógios do acervo presidencial durante o governo Jair Bolsonaro (PL), no Brasil. O governo americano aprovou a documentação preparada pela Polícia Federal – e remetida aos EUA via Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). A informação foi divulgada pelo jornalista César Tralli, da Globo. Com a decisão, a polícia federal dos EUA poderá atuar nas investigações brasileiras.
O pedido de colaboração prevê quebras de sigilo bancário de várias contas de pessoas físicas e jurídicas (Jair Bolsonaro, Mauro Cid, general Mauro César Cid e outros); investigações em joalherias na Florida, Nova York e Pensilvânia, nos EUA; depoimentos de testemunhas e de suspeitos de envolvimento no esquema supostamente ilegal; e levantamentos de dados sobre imóveis dos alvos investigados.
Investigadores apuram a tentativa de vender ilegalmente presentes dados ao governo por outros países. O esquema teria a participação de militares e advogados aliados de Bolsonaro. Por lei, produtos dados por outras nações devem pertencer ao Estado brasileiro, e não ser incorporados a patrimônio pessoal.
Policiais federais identificaram no rascunho do celular do general Mauro Cid uma mensagem que teria como destinatário uma pessoa chamada Chase Leonard, um nome que também está no recibo do Rolex recomprado por Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro.
O defensor disse ter viajado aos EUA e admitiu a compra do relógio. Afirmou ter pago US$ 49 mil, mas negou ter participado de uma “operação de resgate” da joia a mando do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O advogado afirmou estar “sofrendo uma campanha de fake news e mentiras de todos os tipos”. O ex-ocupante do Planalto negou irregularidades.