EUA x China: Pequim responde às novas sanções sobre o setor de semicondutores

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Após a imposição de severas restrições às exportações de equipamentos de fabricação de chips, o governo chinês se posiciona contra as ações unilaterais dos Estados Unidos, que considera como uma forma de “coerção econômica”

Pequim promete medidas contra as sanções americanas e a guerra tecnológica pelo controle de semicondutores

O governo chinês, através do Ministério do Comércio, reafirmou sua postura firme diante das novas medidas econômicas dos Estados Unidos, que visam enfraquecer a indústria de semicondutores do país asiático. As restrições, anunciadas pelo Departamento de Comércio dos EUA nesta segunda-feira (2), incluem a proibição de exportação de 24 tipos de equipamentos para fabricação de chips, três programas de software e memória de alta largura de banda, com o objetivo de dificultar o avanço tecnológico da China nesse setor estratégico.

“Medidas necessárias”
Em resposta, Pequim não poupou críticas às ações de Washington, classificando-as como “coação econômica” e “práticas não comerciais”. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês declarou que a China tomaria “medidas necessárias” para proteger seus direitos e interesses legítimos, além de lamentar o impacto dessas ações no comércio global de tecnologia. Segundo o governo chinês, o setor de semicondutores é altamente globalizado e a imposição de restrições unilaterais por um único país pode prejudicar a livre circulação do mercado, afetando países terceiros e até aliados.

O impacto das sanções e a resposta da China
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos justificou as sanções alegando que os semicondutores chineses podem ser utilizados em sistemas de armas avançadas e inteligência artificial, colocando em risco a segurança nacional dos EUA. A medida, no entanto, é apenas uma das várias tentativas americanas de cortar a ascensão da China como uma potência tecnológica global. A administração Trump, durante seu mandato, já havia imposto restrições semelhantes, e o governo de Joe Biden seguiu com mais uma rodada de sanções, direcionando bilhões de dólares para o fortalecimento da produção interna de chips nos EUA.

O desdobramento da guerra comercial e a tentativa de dominação global
Além das sanções, os Estados Unidos também têm buscado apoio de aliados estratégicos como Japão, Coreia do Sul e Taiwan para consolidar a chamada “Aliança dos Chips 4”, com o objetivo de garantir a liderança ocidental na produção e fornecimento global de semicondutores. Pequim, por sua vez, vê essa movimentação como uma tentativa de Washington de dominar toda a cadeia de produção de chips, essencial para tecnologias emergentes, desde a inteligência artificial até a defesa militar.

Semicondutores: uma questão de soberania tecnológica
Apesar de todas as pressões externas, a China tem mostrado resiliência. O maior fabricante de chips do país, a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), conseguiu produzir chips de última geração, superando as barreiras impostas pelo embargo de tecnologia ocidental. Mesmo sem os equipamentos mais avançados fornecidos por fabricantes holandeses e japoneses, a SMIC conseguiu realizar uma façanha tecnológica há dois anos, o que representa uma vitória significativa na luta pela autossuficiência tecnológica da China.

A indústria de semicondutores em jogo
A disputa sobre semicondutores é um reflexo de uma batalha mais ampla pela supremacia tecnológica global. Chips são a espinha dorsal de uma vasta gama de inovações tecnológicas, desde dispositivos móveis e inteligência artificial até sistemas de armas de última geração. O controle sobre a produção e fornecimento desses componentes tem implicações econômicas, políticas e de segurança, tornando a indústria um campo de intensa competição geopolítica.

O futuro da indústria e a reação chinesa
A China, ao garantir seu compromisso em proteger a indústria de semicondutores, sinaliza que continuará buscando alternativas para reduzir sua dependência de fornecedores estrangeiros. A pressão dos Estados Unidos, ao invés de desacelerar o progresso chinês, pode acelerar ainda mais o esforço de Pequim para desenvolver soluções próprias e garantir a soberania tecnológica em um mundo cada vez mais dependente dos chips.

Entre chips e sanções, parece que a única coisa que está ‘congelada’ é o comércio global… mas a China promete ‘descongelar’ essa guerra tecnológica.

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