MPF avaliou origem do gado abatido por frigoríficos da região e concluiu que gigante da carne foi a pior empresa no Pará, além de apresentar problemas em Rondônia, Acre e Mato Grosso
REPÓRTER BRASIL – Pelo terceiro ano consecutivo, a JBS, gigante do setor de carnes, é apontada como o pior frigorífico no que diz respeito à procedência de animais adquiridos no Pará. O Ministério Público Federal revelou dados que mostram que 6,1% das compras da empresa no estado vieram de áreas irregulares, incluindo fazendas desmatadas ilegalmente e terras indígenas.
Além do Pará, a JBS enfrenta problemas em outros estados amazônicos, com índices de irregularidades que variam de 2% a 12%. As auditorias foram conduzidas em 2023, abrangendo transações ocorridas entre julho de 2020 e dezembro de 2021.
Em resposta, a JBS celebrou seu desempenho no Pará, mas admitiu que sua meta é atingir 100% de conformidade. Outros frigoríficos que atuam no estado, como Masterboi, Minerva e Mercúrio, alcançaram 100% de conformidade.
As auditorias fazem parte do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne, que unificou os padrões de auditoria para toda a Amazônia Legal. Até 2024, as auditorias se concentrarão nas compras diretas dos frigoríficos, com planos de expandir a fiscalização para os fornecedores indiretos. Possíveis fraudes no Cadastro Ambiental Rural (CAR) também são um desafio, já que o CAR não é auditado.
Apesar das melhorias, os resultados das auditorias destacam a necessidade contínua de garantir que o gado que entra na cadeia de produção não seja proveniente de áreas ilegalmente desmatadas ou terras indígenas, mostrando que ainda há um longo caminho a percorrer.