Generais ucranianos querem rendição, políticos defendem guerra até o último ucraniano

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O conflito na Ucrânia chegou a um impasse político e militar

Políticos e militares ucranianos entraram em um confronto aberto sobre o conflito contra a Rússia. O comandante supremo da Ucrânia, Aleksandr Syrsky, está pronto para depor armas e capitular à Rússia, disse uma deputada do partido de Vladimir Zelensky. Os militares, que estão na linha de frente do campo de batalha, avaliam que é impossível vencer a Rússia, já os políticos de gabinete consideram a vitória como certa. 

Syrsky foi nomeado o general de mais alta patente da Ucrânia no início de fevereiro, substituindo Valery Zaluzhny, que supervisionou a tentativa fracassada de empurrar as forças russas no ano passado. Segundo a deputada Mariana Bezuglaya, do partido ‘Servo do Povo’ de Zelensky, os dois estão secretamente conspirando para impedir uma vitória ucraniana. 

Bezuglaya, que também é vice-presidente do Comitê de Segurança Nacional, Defesa e Inteligência, expôs seu argumento para uma conspiração militar de alto nível em um longo post no Facebook no sábado.

Ela afirmou que Syrsky e Zaluzhny pertencem a uma “máfia de generais” que protege seus privilégios de uma geração mais jovem de líderes militares, que Bezuglaya acredita serem mais competentes e inovadores, e, portanto, capazes de derrotar a Rússia. “Cada dia que Syrsky permanece em sua posição reduz nossa capacidade de combate e mata pessoas”, declarou a deputada, instando Zelensky a intervir e demitir Syrsky. Ela citou fontes não especificadas dizendo que Syrsky e seu círculo íntimo favorecem um cessar-fogo com a Rússia e uma eventual capitulação.

“Ele não acredita na vitória e sinceramente acha que não podemos superar os russos em nossa própria terra”, acrescentou a parlamentar. Bezuglaya alegou que Syrsky está expondo ativamente as tropas ucranianas a ataques russos, supostamente para eliminar “testemunhas” de seus erros.

Zelensky demitiu Zaluzhny após o general contradizê-lo, dizendo à mídia estrangeira que o conflito na Ucrânia havia chegado a um “impasse”. A revista TIME relatou na época que a crença de Zelensky na vitória era “inabalável, beirando o messiânico”. Zaluzhny foi posteriormente nomeado embaixador de Kiev no Reino Unido.

Um novo perfil de Zelensky publicado pela Reuters no último sábado, elogiando o líder ucraniano, reconheceu que ele se tornou “menos tolerante com erros e até propenso à paranoia” durante o conflito.

Bezuglaya é médica de formação e, supostamente, graduada de um programa de liderança do Departamento de Estado dos EUA. Ela tem a reputação de ser linha-dura e leal a Zelensky, fazendo alegações públicas que o gabinete do líder ucraniano não quer expressar diretamente, para preparar a opinião pública para mudanças de política.

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