Segundo o Dieese, os acordos de reajustes salariais com data-base no primeiro semestre fechados entre janeiro e fevereiro deste ano não cobrem as perdas inflacionárias dos últimos 12 meses
Mais de 70% dos acordos de reajustes salariais com data-base no primeiro semestre fechados entre janeiro e fevereiro deste ano não cobrem as perdas inflacionárias. Em março, o IPCA, indicador da inflação oficial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fechou em 6,10% no período de 12 meses.
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), publicados pela Folha de S. Paulo, o INPC, índice mais usado nas negociações salariais e que calcula a variação de preços entre as famílias que ganham entre um e cinco salários mínimos, ficou 6,94% acima da inflação oficial para o período de 12 meses encerrado em março.
Para o sociólogo Luís Ribeiro, responsável pelo Sistema de Acompanhamento de Informações Sindicais do Dieese, além da inflação as discussões entre patrões e empregados também estão levando em conta os efeitos da pandemia. “A inflação alta é uma questão, mas com o quadro atual o pessoal está priorizando [nas negociações] outras discussões, como garantia de emprego e as questões sanitárias”, disse.
Um estudo do Dieese, feito com base em dados do Ministério da Economia, aponta que 70,4% das negociações salariais fechadas em fevereiro registraram reajustes abaixo da inflação, com uma perda média de 0,55%.