A golpista Jeanine Áñez pediu “perdão” aos bolivianos pelos “erros” cometidos durante seu governo interino, incluindo a prorrogação ilegal de seu mandato.
“Peço desculpas pelos erros cometidos durante o ano do meu governo, que não deveria ter sido um ano, mas três meses”, disse a ex- presidente de fato presidiária Jeanine Áñez em uma carta publicada em suas redes sociais, onde também criticou o traição de seus aliados.
A carta foi publicada no domingo quando ela completou um ano de prisão, sob a acusação de ser conivente no golpe de Estado contra o então presidente do país, Evo Morales, em 2019.
“Peço desculpas ao povo boliviano, por ter confiado em tantas pessoas próximas, que me traíram e abusaram da minha confiança, da minha boa fé, mentindo e manipulando os fatos, conspirando e “negociando” com nossos inimigos, permitindo que voltassem ao poder”, acrescentou. Ela não citou nomes.
Após a reeleição de Morales nas eleições de 2019, a oposição não aceitou o resultado e orquestrou um golpe, com o apoio de policiais e militares de alta patente, o que levou à renúncia do líder indígena para evitar novos atos violentos.
Diante dessa situação, a senadora da oposição Áñez se autoproclamou presidente interina da Bolívia, apesar de não cumprir os requisitos constitucionais para isso, o que gerou protestos massivos de simpatizantes de Morales e uma brutal repressão policial que custou a vida de várias pessoas.
O Ministério Público boliviano acusou Áñez de ter agido contra a Constituição e resoluções contrárias à lei por ter assumido a Presidência “sem cumprir os procedimentos”. Ela também é acusada de terrorismo, conspiração e sedição no âmbito do chamado ‘Golpe de Estado I’.
A sua gestão foi primeiramente questionada pela prorrogação do mandato que atribuiu à pandemia, com o adiamento das eleições em duas ocasiões, e por alguns atos de corrupção que implicaram alguns dos seus colaboradores mais próximos.