As ações dos EUA operaram em queda na terça-feira, já que os investidores continuaram monitorando as tensões entre a Rússia e a Ucrânia e aguardando o próximo movimento do Kremlin
O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou o envio de tropas russas para duas regiões separatistas pró-Moscou no leste da Ucrânia depois de anunciar na noite de segunda-feira que reconheceria sua independência. O impacto dessa decisão ainda não foi completamente digerido pela diplomacia internacional, mas os efeitos sobre os mercados foram imediatos.
As ações dos EUA estenderam as quedas na terça-feira, já que os investidores continuaram monitorando as tensões entre a Rússia e a Ucrânia e aguardando o próximo movimento do Kremlin.
Todos os três principais índices caíram mais de 1% nas negociações do meio-dia. O Dow Jones Industrial Average caiu mais de 400 pontos, ou 1,2%, para 33.669,92, enquanto o S&P 500 também caiu 1%, para 4.306,17. O Nasdaq Composite apagou 195 pontos, ou 1,4%, para 4.306,17. De acordo com Yahoo! Finance. O iBovespa opera com alta de 0.49% na faixa dos 112.269 pontos.
Em negrito no gráfico acima está o Bitcoin, que caiu cerca de 11% na última semana e 7% entre domingo e segunda. Depois de perder US$ 2.000, o Bitcoin iniciou uma breve recuperação na segunda-feira, mas foi interrompido e parou na casa dos US$ 39.500. Ele caiu mais uma vez para US$ 37.500 antes que os ursos o levassem a uma nova baixa de três semanas de pouco mais de US$ 36.000, levando a cerca de US$ 400 milhões em liquidações.
Isso ocorre em meio à crescente tensão entre a Rússia e a Ucrânia. As últimas notícias dessa direção informaram que a Rússia havia ordenado tropas em duas das regiões controladas pelos rebeldes no leste da Ucrânia depois de reconhecê-las como estados independentes.
Dólar no Brasil
Na terça-feira, o dólar caiu 0,92%, sendo negociado a R$ 5,0598. Na mínima do dia, a moeda chegou a ser cotada em R$ 5,0487, de acordo com o Valor. Entre os pares globais, o real está entre as moedas que mais se valorizam em relação ao dólar americano nesta terça-feira. Já tendo acumulado valorização de 8% em relação ao dólar, desde janeiro.
A expectativa dominante, porém, é que o câmbio não se manterá nos atuais níveis. A aposta é que o dólar voltará a ganhar força ao longo de 2022, um ano que deverá ser marcado pelo aumento dos juros nos EUA e por incertezas fiscais e políticas no cenário doméstico.
Risco inflacionário e sobre as commodities
A guerra entre Rússia e Ucrânia pode promover uma desaceleração da economia mundial. Em meio às disputas está também o fornecimento de gás russo, fundamental principalmente para as indústrias alemãs, e o impacto de sanções neste sentido pode afetar e muito a economia da União Europeia. Ainda que a UE possa contar com gás liquefeito oriundo do golfo pérsico e até de algum fornecimento americano, os custos envolvidos são muito maiores.
Para o Brasil, o risco não é energético, mas reside no seu principal motor de crescimento, o agronegócio. A Rússia é o principal fornecedor de fertilizantes para o Brasil e sua eventual interrupção por contas das sanções econômicas impossibilitará a chegada desses insumos à produção agrícola nacional.
Fonte: cointelegraph.com.br