Youtuber, que personifica a imbecilidade que tomou conta do país, revela toda sua maluqueira e cretinice apoiado pelo político
Homero Gottardello
Hoje, até o asfalto da Avenida Paulista e as pedras que formam o mosaico do calçadão de Copacabana sabem que Bruno “Monark” Aiub é muito mais do que a personificação da imbecilidade que tomou conta do Brasil. É, pura e simplesmente, um delinquente, um sujeito que agora se coloca à margem da lei e defende, publicamente e desavergonhadamente, a criação de um partido nazista, no país. Em nome da “liberdade de expressão”, esse celerado, esse depravado, este tantã legitima o nazismo como se fosse uma organização não-governamental (ONG) ou o Partido Verde (PV).
Antes de mais nada e alertando os bons samaritanos de ocasião, que vêm minimizando o episódio pelo fato de, supostamente, o youtuber estar bêbado ou sob efeito de maconha, o crime cometido por Monark não é passível de desculpa e nem de excludente de ilicitude. Em outras palavras: desculpas seriam aceitas se este mentecapto tivesse caráter, o que está afastado por razões elementares; já a indução ao aceite do nazismo como algo regular é inescusável, pois trata-se de crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 (com pena de dois a cinco anos de reclusão) na sua forma qualificada, inclusive por ter sido “cometido por intermédio de meio de comunicação social”.
Monark anda no fio da navalha, flertando com um crime de lesa-humanidade, encorajado por ninguém menos que o deputado federal Kim Kataguiri, ex-olavista, ex-bolsonarista, ex-alcoviteiro de Eduardo Cunha e que, hoje, se deita com o “juiz ladrão” Sergio Moro. Essa sua caminhada na corda bamba não é incitada apenas por Kataguiri, mas pela inoperância dos Ministérios Público Estadual e Federal, que fingem estar diante de um fato insólito, inabitual e que, de tão excêntrico, não merece atenção. É como se um louco entrasse no Maracanã, em plena final de Copa do Mundo, alvejasse 30 pessoas, matasse dez e, diante de seu quadro psiquiátrico, fosse desdenhado pelo MP – com ele é doido, não há nada que se possa fazer.
A verdade é que Monark vem testando os limites de idiotice da juventude brasileira, há um certo tempo. Suas declarações absurdas, seus “raciocínios” ilógicos, suas posições insensatas, suas exposições contraditórias, enfim, sua incoerência kafkiana nada mais é do que um espelho dos “nem-nem” – dos 12,3 milhões de jovens que, hoje, não estudam e nem trabalham, que não têm formação e nem ocupação.