A demanda pelo metal precioso, considerado um porto seguro em tempos de turbulência financeira ou política, vem crescendo
Os preços do ouro têm pairado perto de recordes esta semana devido às crescentes preocupações dos investidores com o aprofundamento da crise financeira nos EUA e a possibilidade de uma recessão este ano.
Segundo estrategistas do JPMorgan, citados pela Bloomberg na sexta-feira, o chamado comércio de ‘long duration‘, que se expressa por uma sobreponderação em ouro e ações de crescimento, “parece ter se tornado um consenso” nos últimos meses.
“A crise bancária dos EUA aumentou a demanda por ouro como um proxy para taxas reais mais baixas, bem como uma proteção contra um ‘cenário catastrófico’”, escreveram os estrategistas em uma nota vista pela agência.
Eles argumentaram que tal comércio parece “relativamente atraente” , pois teria “uma desvantagem limitada em um cenário de recessão moderada nos EUA, mas bastante vantagem em uma recessão mais profunda”.
Os investidores institucionais se voltaram para o ouro, enquanto os investidores de varejo aumentaram a exposição ao Bitcoin, de acordo com o relatório, que indicou que a participação da tecnologia nas ações globais aumentou acentuadamente este ano.
O anúncio desta semana pelo banco regional americano PacWest de que estava explorando uma possível venda gerou preocupações de que poderia se tornar o próximo credor americano a implodir, após o colapso de três bancos regionais desde março. A notícia impulsionou a negociação de futuros de ouro na bolsa Comex para igualar sua alta histórica de US$ 2.072 por onça (28,35g) na quinta-feira. O preço à vista do ouro também subiu para US$ 2.072,49 no mesmo dia, de acordo com a Refinitiv.
Os investidores tradicionalmente recorrem ao ouro em tempos de incerteza do mercado para proteger os riscos e como uma reserva de valor. Ao longo da história, o ouro tem sido visto como um porto seguro durante períodos de instabilidade econômica, crises do mercado de ações, conflitos militares e pandemias.
