Pensar o futuro é pensar em responsabilidade social
Pensar o futuro é pensar em responsabilidade social. O capitalismo, em suas formas devastadoras e pautadas no individualismo e no self-made-man (homem que se faz por si próprio) deixa todos/as à deriva quando se trata de países com grandes desigualdades sociais, raciais e de gênero, apenas para mencionar as mais recorrentes. Desse modo, quando o tema é a educação no Brasil torna-se difícil enxergar perspectivas de um futuro melhor e mais equitativo.
A educação não pode ser um produto barganhado no mercado. Ela é a base de toda sociedade que quer preservar sua cultura e história. É assim que se deve refletir quando se pensa em investimentos na educação para que possamos vislumbrar um futuro com seres humanos mais conscientes, dotados/as de valores para a promoção do bem.
Infelizmente, com a chegada da pandemia, a desigualdade educacional acabou se agravando ainda mais, sobretudo, para os/as alunos/as de escolas públicas. Com a implementação do ensino remoto, as diferenças de materiais ofertados para o ensino público e privado acabou realçando as diversas desigualdades, sejam elas educacionais, econômicas ou raciais. Muitos alunos/as de escolas públicas abandonaram os estudos e ficaram mais vulneráveis por não terem acesso à tecnologia, à internet ou, até mesmo, a um espaço adequado para estudar.
Quando se fala em investir na educação, deve-se ter a consciência de que se trata de um olhar lançado ao ser humano e isto se torna fundamental para que uma sociedade não se definhe no auto-achismo, tendência tão crescente no Brasil atual com as fake news e os vários negacionismos. Assim, o sentido de ?investimento? não tem apenas o sentido de incentivos materiais econômicos ?” embora esse seja central ?” mas, também, de olhar para o ser humano em suas complexas singularidades.
Dentre os vários elementos que estão ligados a esse projeto de educação para um futuro mais adequado às próximas gerações, é de extrema importância pensar numa pedagogia que vá além da formação para o mundo do trabalho. Uma grande referência disso são as Olimpíadas de Inverno em Pequim no qual a Noruega teve um excelente desempenho apesar de ser um país pequeno. Nesse último país, ao invés da ?competição capitalista?, incentiva-se todos/as a participarem do esporte sem a pressão da disputa para saber quem é o melhor. A conquista se deve a um conceito aplicado, definido como ?A Alegria do Esporte para Todos? e, com essa mentalidade, ganharam 396 medalhas ?se divertindo?.
A educação deve ser capaz de despertar nas pessoas potencialidades e valores fazendo com que todos/as atuem de maneira colaborativa na resolução de problemas complexos que surgem nas diversas demandas sociais, e, assim, pensar em estratégias que possam implementar uma cultura de paz e um desenvolvimento econômico que aniquile a pobreza possibilitando a educação integral de altíssima qualidade para todas as pessoas.
A educação tem o poder de adentrar todos os setores que constituem a sociedade, possibilitando avanços gerais de forma conjunta de tal modo que, melhorando os padrões educacionais todos os campos da sociedade avançam. Melhorando a educação, consegue-se mais consciência para o avanço de todos os setores da sociedade tais como a saúde, a política, a economia, a ciência e tecnologia, dentre outros.
Os investimentos necessários devem passar pela valorização e formação contínua dos/as professores/as. Estes devem ser respeitados e priorizados na sociedade global. Ademais, deve-se pensar num projeto de infraestrutura nas escolas que privilegie a formação educacional, ou seja, uma escola dotada de uma estrutura física capaz de atender as demandas de uma educação integral e integrada e, salas de aulas que despertem o interesse nos/nas alunos/as com tecnologias avançadas estimulando o aprendizado e a troca de saberes entre professor/a e aluno/a.
É através dos investimentos em educação que se consegue uma efetiva transformação da sociedade para um mundo que, de fato, seja pleno de dignidade e de justiça social. Também é necessário promover uma cultura que prepare o/a cidadão/ã para o exercício pleno de seus direitos e deveres em uma sociedade cada vez mais democrática, sustentável e alicerçada em diversos outros valores que derivam do bem, tais como a dignidade, a paz, a caridade, o respeito às diferentes formas de vida.
VOZ DO PARÁ: Essencial todo dia!