‘Janja’, a esposa de Lula que quer mudar o papel de primeira-dama

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Ativa nas redes sociais, Janja organizou encontros com artistas e influenciadores, entre outros eventos para atrair votos

Rosângela da Silva, socióloga e militante de esquerda que se casou com Luiz Inácio Lula da Silva este ano, foi uma peça fundamental na campanha que o levou à presidência pela terceira vez e prometeu dar um novo significado ao papel de primeira-dama no Brasil.

“Graças a Deus estou aqui firme e forte, amando outra vez, apaixonado pela minha mulher. É ela que vai me dar força para enfrentar todos os obstáculos”, afirmou Lula, 77 anos, no domingo, ao lado da esposa diante de uma multidão em São Paulo pouco depois da vitória.

De expressão sorridente e aparência jovial aos 56 anos – 20 menos que Lula -, “Janja”, como seus amigos a apelidaram, se tornou virou uma figura central: desde que Lula conseguiu a anulação de suas condenações e ficou habilitado a disputar para disputar eleição, ela o acompanhou em quase todas as suas reuniões, viagens e coletivas de imprensa.

Ativa nas redes sociais, Janja organizou encontros com artistas e influenciadores, entre outros eventos para atrair votos.

Te amo meu Amor. Parabéns Brasil. O amanhã vai ser um lindoooooo”, tuitou pouco depois do resultado oficial com uma ‘selfie’ do casal sorrindo.

Lula já disse estar apaixonado por sua terceira esposa “como se tivesse 20 anos de idade”.

O ex-presidente se casou pela primeira vez em 1969, com Maria de Lourdes da Silva, que morreu dois anos depois de hepatite, e em 1974 com Marisa Letícia, com quem teve quatro filhos e que faleceu em 2017 por um AVC.

“Eu aprendi que quando você perde a tua mulher e você pensa que a vida não tem mais sentido, quando você pensa que tudo acabou, aparece uma pessoa que começa a dar sentido à vida outra vez”, afirmou Lula este ano à revista americana Time.

Beijo fora da prisão

Rosângela da Silva nasceu na divisa dos estados de Santa Catarina e Paraná. Ela estudou Sociologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e trabalhou por quase 20 anos para a hidrelétrica Itaipu Binacional, em Curitiba.

Filiada desde 1983 ao Partido dos Trabalhadores (PT), ela se define como “petista de carteirinha”.

Os dois iniciaram seu relacionamento no fim de 2017, durante um evento que reuniu ativistas e artistas de esquerda, entre eles Chico Buarque.

Mas o romance entre essa mulher de cabelos castanhos e o ícone de esquerda permaneceu em segredo até maio de 2019, quando Lula já estava preso havia mais de um ano, após ser condenado por corrupção na Operação Lava Jato.

“Lula está apaixonado e seu primeiro projeto ao sair da prisão é se casar”, revelou um aliado após visitá-lo na prisão.

Lula foi solto em novembro de 2019, após irregularidades em seus processos.

Junto a familiares e líderes do PT, Janja o esperou na saída da prisão em Curitiba e os dois se beijaram na frente da multidão.

O casamento foi realizado dois anos e meio mais tarde, em 18 de maio deste ano, em São Paulo.

Politizada, feminista e “amuleto” de Lula

“Vamos tentar ressignificar esse conceito de primeira-dama?, afirmou durante um evento de campanha antes do primeiro turno, quando citou a prioridade em temas importantes para as mulheres, como a insegurança alimentar e a violência doméstica.

É uma pessoa “muito politizada, tem uma cabeça política boa e é muito feminista”, afirmou Lula no ano passado em uma entrevista ao rapper Mano Brown.

E disse recentemente que ela é dona de seu “próprio pensamento” e teria “a liberdade de pensar o que quiser fazer” como primeira-dama.

Como “presente de casamento”, encomendou uma reedição do célebre jingle eleitoral de Lula de 1989, que foi regravado por vários artistas para sua atual campanha. Ela apresentou a nova versão no lançamento da candidatura em maio.

Até o momento, a futura primeira-dama praticamente não deu entrevistas e revelou pouco de sua intimidade.

A imprensa, porém, já chegou a chamá-la de “amuleto” do presidente eleito.

Voz do Pará com informações da AFP

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