O autoproclamado presidente da Venezuela foge do país como um “covarde” depois que seus “colegas retiraram o apoio à candidatura às eleições.
“A verdade é que o que aconteceu é que o seu próprio partido (Voluntad Popular) lhe tirou a candidatura e nesta situação, sem qualquer tipo de apoio, nem sequer do seu partido, teve de arranjar maneira de fugir”, revelou no Segunda-feira, o número dois do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello.
Com estas palavras, o deputado chavista reagiu à saída do país do ex-líder da oposição que se autodenominava presidente de facto do país bolivariano e cujo paradeiro é agora desconhecido. “Ele abandonou seu próprio povo”, disse Cabello.
Isso depois que Guaidó anunciou que chegou “a pé” à Colômbia para se reunir com representantes internacionais durante a cúpula que Bogotá recebe com a participação de delegações de 20 países, junto com grupos venezuelanos. A chancelaria colombiana, por sua vez, negou ter convidado Guaidó.
“Que a Colômbia avise a ele que não foi convidado e que não é bem vindo a nenhum lugar do país”, disse Cabello, alertando posteriormente que “é o destino de quem joga com a esperança do povo”.
“Recentemente o ouvimos dizer ‘Maduro marcou a data para fugir como um covarde“, ironizou.
Com o apoio dos Estados Unidos e de seus aliados europeus, em 2019 o então líder da oposição e deputado Juan Guaidó se proclamou o “presidente interino” da Venezuela, mas não demorou muito para que o presidente interino caísse, depois que Washington lhe tirou o apoio ao aproximar-se do governo do presidente Nicolás Maduro.
Isso, enquanto em fevereiro de 2020 o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mostrava seu apoio a Juan Guaidó, chamando-o de “único verdadeiro presidente” da Venezuela.
Onde está Guaidó?
Enquanto o próprio ex-deputado — na Venezuela conhecido como golpista — informou na segunda-feira que acabava de chegar à Colômbia, Leocenis García, um dos líderes da oposição venezuelana, anunciou no mesmo dia que Guaidó deixaria o território colombiano para entrar em exílio em outro país, sem oferecer mais detalhes.