Kremlin reage à vitória de Trump e alerta: ‘Relações EUA-Rússia não podem piorar mais

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Trump promete fim rápido do conflito na Ucrânia, mas Rússia pede cautela: o que esperar?

O Kremlin reagiu com moderação à vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, minimizando qualquer impacto significativo que o resultado possa ter nas já tensas relações entre Washington e Moscou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que os laços bilaterais dificilmente poderiam piorar. “É praticamente impossível piorar as relações – elas estão no ponto mais baixo da história”, disse Peskov em coletiva de imprensa na quarta-feira, após a confirmação da vitória do candidato republicano por veículos da imprensa americana.

Peskov destacou ainda que a Rússia enxerga a eleição americana como uma questão interna dos EUA e que o governo russo irá esperar pela oficialização dos resultados e pela posse de Trump em janeiro para emitir comentários mais substanciais. “Vamos lembrar que estamos falando de um país hostil que está envolvido, direta e indiretamente, na guerra contra o nosso Estado”, acrescentou, sublinhando a cautela do Kremlin.

Relações bilaterais: um histórico de desafios

As relações entre Estados Unidos e Rússia têm enfrentado uma série de desafios, atingindo níveis sem precedentes de tensão nos últimos anos, especialmente durante a gestão de Joe Biden. Sob sua administração, Washington tem sido um dos principais apoiadores da Ucrânia, fornecendo bilhões de dólares em ajuda militar e financeira no contexto do conflito em curso com a Rússia.

A postura de Biden, firme no apoio a Kiev, contrasta com as promessas de Donald Trump. Durante sua campanha, Trump criticou a contínua intervenção americana na Ucrânia, afirmando que seria capaz de resolver o conflito “em um dia” se voltasse à Casa Branca. Essa promessa gerou algum otimismo cauteloso entre certos setores do governo russo, embora o Kremlin mantenha uma atitude reservada.

Otimismo moderado: análise e expectativa

Comentando sobre as declarações de Trump, Peskov aconselhou prudência: “Sim, essa afirmação é bastante importante”, disse ele, referindo-se ao compromisso do ex-presidente de encerrar rapidamente o conflito na Ucrânia. “Mas, depois da vitória… quando se assume o Salão Oval, as palavras às vezes mudam de tom. Por isso, analisamos tudo com cuidado, observamos tudo e tiramos conclusões baseadas em palavras específicas e ações concretas.”

Apesar da euforia de parte da comunidade internacional, que inclui líderes como o presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que já felicitaram Trump, a Rússia se mantém cautelosa. O Kremlin aguarda os desdobramentos e prefere adotar uma abordagem de análise cuidadosa, observando como o futuro governo Trump lidará com questões sensíveis, como o conflito na Ucrânia e as sanções econômicas.

Perspectivas para o futuro

A vitória de Donald Trump, embora recebida com alguma esperança por setores da política russa, não muda automaticamente a posição do Kremlin em relação aos Estados Unidos. O governo russo parece disposto a observar os próximos passos antes de fazer qualquer movimentação significativa, mantendo o ceticismo que define a atual fase das relações bilaterais.

A expectativa é que as ações do novo governo norte-americano sejam avaliadas com rigor, especialmente no contexto de um conflito que tem impactado não só a segurança europeia, mas também a geopolítica global. Se Trump realmente implementar uma política mais favorável à Rússia, isso poderia reconfigurar as dinâmicas internacionais, mas ainda é cedo para prever qualquer mudança concreta.

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