Luciano Hang, que obteve R$ 27 milhões do BNDES, admite ter contas no exterior

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Empresário bolsonarista nega ter financiado disparo de fake news

O empresário Luciano Hang admitiu ter contas no exterior e offshores em paraíso fiscal. Durante depoimento na CPI da Covid nesta quarta-feira, Hang, no entanto, negou que tenha financiado a disseminação de fake news. “Temos contas no exterior, temos offshore, deve ser umas duas ou três, declaradas na Receita Federal, todas essas declaradas e auditadas”, disse Hang, que obteve, conforme documentos repassados pelo BNDES, obteve 57 operações do banco de financiamento, totalizando R$ 27 milhões.

Após o presidente da CPI, Omar Aziz, afirmar que o colegiado tem informações sobre o financiamento de fake news por meio das contas no exterior, e empresário negou: “não, não”.

Hang também admitiu que recebeu benefícios fiscais para a atividade das empresas Havan no país, mas afirmou que todos os incentivos estão previstos em legislação. Ele ainda classificou como “fake news” a informação de que tenha sido financiado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES).

Aziz (PSD-AM) afirmou que documentos repassados pelo BNDES apontam 57 operações do banco de financiamento com o empresário Luciano Hang, totalizando R$ 27 milhões.

Durante depoimento na CPI, Hang negou ter sido favorecido com financiamento público. Ele rebateu a informação dizendo que o valor é o que as lojas faturam em um dia. Na versão do empresário, a empresa comprou máquinas da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame), subsidiária do BNDES, e um terreno de uma empresa que tinha financiamento do banco e faliu e por isso aparece nas operações.

“O senhor pega dinheiro no BNDES e fatura R$ 30 milhões por dia. É uma beleza”, ironizou Omar Aziz.

Nesta semana, o empresário publicou um vídeo nas redes sociais declarando que levaria uma algema para a CPI e entregaria a chave para cada um dos senadores. Ao responder ao relator, Renan Calheiros (MDB-AL), Luciano Hang disse que foi apenas senso de humor. “Não (foi brincadeira), senador, mas também temos que ter senso de humor, né?”

Tumulto

O depoimento de Hang começou tumultuado na CPI. Houve bate-boca entre o grupo majoritário e os governistas. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) chegou a pedir a retirada do advogado do empresário na sala da comissão após o defensor ter supostamente ofendido o parlamentar. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), determinou a apreensão de placas que Hang levou para a comissão pela Polícia do Senado. Uma delas tinha a frase “não me deixam falar”. Além disso, o empresário divulgou um vídeo considerado como propaganda de suas lojas. A sessão da CPI foi suspensa após a discussão.

‘Papel central’

“A mobilização da tropa bolsonarista na CPI para defender Luciano Hang demonstra o papel central do empresário para as investigações. Eles se entregaram! Quem financia as fake news? Qual o papel do empresário no esquema? Por que é tão importante para eles essa blindagem?”

O questionamento foi feito pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE), em publicação no Twitter, sobre o bate-boca entre senadores durante sessão de depoimento do dono da Havan, o empresário Luciano Hang, nesta quarta-feira.

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) também fez publicação no Twitter sobre o bate-boca. “Quando os senadores Flávio Bolsonaro, Marcos Rogério e sua trupe tumultuam a #CPIdaCovid é sinal de que bateu o desespero…”, escreveu. Sem habeas corpus, Luciano Hang conta com o amparo de senadores da base do governo.

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