Nome de Haddad é divulgado após a aprovação da PEC da transição pelo Senado, proposta que abre espaço no orçamento para auxílio à população carente e áreas como saúde e educação
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira (9) o nome do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, para o Ministério da Fazenda, pasta que será recriada.
Haddad concorreu pelo Partido dos Trabalhadores ao governo de São Paulo nas eleições deste ano, quando perdeu para Tarcísio Freitas, candidato do Republicanos, ex-ministro de infraestrutura.
Antes disso, já tinha concorrido à Presidência da República, em 2018, mas foi derrotado por Jair Bolsonaro. Haddad foi ministro da Educação, entre 2005 e 2012, e prefeito do município de São Paulo de 2013 a 2016.
Nascido em São Paulo (SP), Haddad, de 59 anos, se formou em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), se especializou em Direito Civil e fez mestrado em economia e doutorado em filosofia pela mesma universidade.
Já foi também professor de Teoria Política Contemporânea do Departamento de Ciência Política da USP e analista de investimento do Unibanco.
Atuou ainda como consultor da Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe), chefe de gabinete da Secretaria de Finanças da Prefeitura de São Paulo e secretário-executivo do Ministério da Educação.
Nesta quinta-feira (8), Haddad se reuniu com o atual titular do Ministério da Economia, Paulo Guedes. Segundo o petista, o encontro com Guedes durou pouco mais de uma hora e a conversa foi “excelente”, “cordial” e “educada”.
“Passamos em revista vários assuntos importantes. Em uma reunião de uma hora e meia não é possível esmiuçar todos os assuntos, mas foi uma excelente reunião. Reunião muito boa, muito bem recebido. Definimos uma agenda de trabalho a partir da semana que vem”, afirmou o petista.
PEC da transição e orçamento de 2023
O nome de Haddad para o Ministério da Fazenda, em 2023, foi anunciado após a aprovação da PEC da transição pelo Senado Federal, que, além de assegurar o auxílio de R$ 600 para população carente, e de mais R$ 150 por criança de até seis anos, abriria um espaço no orçamento de R$ 75 bilhões para outras áreas como saúde e educação.
A proposta inicial foi de retirar de forma permanente R$ 198,9 bilhões do teto de gastos (mecanismo que limita a maior parte das despesas à inflação do ano anterior), dos quais R$ 198 bilhões relativos ao programa de apoio à população carente, que voltará a se chamar de Bolsa Família, e para investimentos.
Diante de resistências no Legislativo, novas propostas foram encaminhadas, e o valor foi reduzido para R$ 168,9 bilhões, valor incorporado ao espaço do teto de gastos, por dois anos. O texto ainda tem de ser avaliado pela Câmara dos Deputados. A expectativa de parlamentares aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é votar a proposta já na próxima semana.
Após a definição do espaço no orçamento com a possível aprovação da PEC da transição, Haddad, junto com o coordenador do orçamento na transição, senador eleito Wellington Dias (PT-PI) terão de se debruçar sobre os ajustes no orçamento do próximo ano.