Lula já governa o Brasil

Leia mais

Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Para Bolsonaro, acabou

Faz uma semana que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva começou a governar. Na noite do último domingo, antes da celebração da vitória na Avenida Paulista, ele leu em um hotel seu primeiro discurso formal de agradecimento. Foi uma prévia daquele que fará quando tomar posse em 1º de janeiro.

“Não há dois Brasis”, disse ele, o presidente mais votado de todos os tempos (60,3 milhões). Mas também o protagonista da eleição mais apertada desde o fim da ditadura militar (50,9% a 49,1%). “O mundo estava com saudade do Brasil”, acrescentou. “Hoje estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta”.

De Trancoso, na Bahia, onde refugiou-se para descansar, seguiu governando. Teve a sabedoria de não cair na arapuca de comentar a ridícula tentativa de golpe bolsonarista, mas assustou-se. Mais escolado do que ele, o ex-ministro José Dirceu viajou à Europa levando na memória a queda de Salvador Allende.

No Chile de 1973, o presidente Allende tolerou além do razoável uma greve de caminhoneiros que provocou o desabastecimento do país, e, ao cabo, sua derrubada e morte. Com a diferença de que o futuro ditador, o general Augusto Pinochet, ainda não governava. Aqui, o aspirante a Pinochet estava no governo.

À beira mar plantado, entre um mergulho e outro, Lula nomeou Geraldo Alckmin para a chefia da equipe de transição do novo governo, convidou dois dos arquitetos do Plano Real para fazer parte dela, e abriu negociações com o Congresso para assegurar o reajuste do salário mínimo e a volta do Bolsa Família.

Avançou também na montagem de uma base parlamentar que lhe dê tranquilidade para governar. E surpreendeu-se com o volume de partidos dispostos a ajudá-lo. Foi por terra em poucos dias a mentira vendida por Bolsonaro em campanha de que só ele, Lula não, contaria com o apoio de um Congresso mais à direita.

Lula encomendou uma lista de decretos e portarias assinados por Bolsonaro que ampliaram o acesso a armas, prejudicam o meio ambiente e puseram informações sobre sigilo de até 100 anos. Está decidido a revogar tudo de uma vez e com uma única canetada, se possível no dia 2º de janeiro. Te cuida, Bolsonaro!

Lula espera que o Supremo Tribunal Federal faça sua parte declarando ilegal o chamado Orçamento Secreto, o que deverá ocorrer. Antes disso, fará sua primeira aparição internacional, comparecendo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, no Egito. É quando dirá que o Brasil está de volta. (Ricardo Noblat no Metrópoles)

VOZ DO PARÁ: Essncial todo dia!

- Publicidade -spot_img

More articles

- Publicidade -spot_img

Últimas notíciais