Lula manda recado a Trump: ‘Ele não foi eleito para mandar no mundo’.

Leia mais

Em entrevista, ex-presidente brasileiro questiona influência global de Trump, enquanto Panamá rejeita pressão dos EUA sobre tarifas do canal

Nesta quinta-feira (6), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou publicamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que o líder norte-americano deve se concentrar em governar seu próprio país, e não tentar exercer influência sobre o mundo inteiro. A declaração ocorre em meio a uma crescente tensão geopolítica envolvendo os EUA e o Panamá, após Washington anunciar a eliminação de taxas para navios americanos no Canal do Panamá — uma medida que foi prontamente rejeitada pelas autoridades panamenhas.

Lula e a defesa da soberania nacional

Em entrevista à rádio Metrópole, Lula expressou respeito pela eleição de Trump, mas foi enfático ao questionar o alcance de suas ações. “Eu respeito a eleição do presidente Trump. Ele foi eleito presidente da República pelo povo americano. Portanto, ele tem todo o meu respeito para governar os Estados Unidos, para manter as relações democráticas e civilizadas com os Estados Unidos”, disse o ex-presidente. No entanto, Lula foi claro ao afirmar: “Ele não foi eleito para mandar no mundo. Ele foi eleito para governar os Estados Unidos.”

As declarações de Lula refletem um sentimento crescente em várias partes do mundo, onde líderes e nações têm questionado a postura assertiva de Trump em assuntos internacionais. A crítica do ex-presidente brasileiro surge em um momento delicado, em que os EUA tentam ampliar sua influência sobre o Canal do Panamá, uma das rotas comerciais mais estratégicas do planeta.

A disputa pelo Canal do Panamá

O Canal do Panamá, que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, é um ponto crucial para o comércio global. Recentemente, o Departamento de Estado dos EUA anunciou a eliminação de taxas para navios do governo norte-americano que transitam pelo canal, após pressão direta de Trump. No entanto, a Autoridade do Canal do Panamá negou veementemente o anúncio, afirmando que não houve ajustes nas tarifas e que navios americanos não têm direitos preferenciais.

Em um comunicado oficial publicado na rede social X, a Autoridade do Canal do Panamá deixou claro: “Em atenção à publicação divulgada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, a Autoridade do Canal do Panamá, responsável por definir as tarifas e outros direitos para transitar pelo canal, informa que não realizou nenhum ajuste nos mesmos.”

Além disso, o governo panamenho anunciou que não renovará o memorando de entendimento assinado com a China em 2017, sob a Iniciativa do Cinturão e Rota. A decisão foi comunicada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que expressou preocupação com a crescente influência chinesa na região.

O jogo geopolítico e suas implicações

A disputa pelo Canal do Panamá vai além de uma simples questão tarifária. Ela reflete uma batalha geopolítica mais ampla, na qual os EUA buscam reafirmar sua influência na América Latina, enquanto nações como o Panamá tentam manter sua soberania e independência. A pressão de Trump sobre o Panamá e as críticas de Lula destacam a complexidade das relações internacionais em um mundo cada vez mais multipolar.

Soberania e diplomacia em questão

As declarações de Lula e a reação do Panamá às pressões dos EUA evidenciam a importância da soberania nacional e da diplomacia equilibrada em um cenário global marcado por tensões. Enquanto Trump busca expandir sua influência, líderes como Lula e nações como o Panamá resistem, defendendo a autonomia de seus países. Este episódio serve como um lembrete de que, em um mundo interconectado, o respeito às decisões soberanas de cada nação é fundamental para manter a estabilidade e a cooperação internacional.

- Publicidade -spot_img

More articles

- Publicidade -spot_img

Últimas notíciais