Não haverá lugar para o presidente francês na cúpula do bloco, argumentou um diplomata
A participação do presidente francês Emmanuel Macron em uma reunião dos líderes do BRICS seria “inapropriada”, considerando a posição de seu governo contra Moscou, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov. Paris confirmou esta semana que Macron busca um convite para a cúpula do bloco na África do Sul em agosto.
Falando a jornalistas na quinta-feira, Ryabkov explicou que a oposição da Rússia à possível participação de Macron se baseia nos esforços da França para isolar Moscou e seu apoio ao objetivo da OTAN de infligir uma “derrota estratégica” à Rússia no conflito na Ucrânia.
“Não estamos escondendo esta posição e informamos nossos colegas sul-africanos sobre isso”, disse Ryabkov, conforme citado pela Interfax. “Esperamos que nosso ponto de vista seja totalmente levado em consideração.”
Como anfitriã da cúpula, a África do Sul teria o direito de convidar Macron, embora seja importante que Pretória consulte previamente outros membros do BRICS, sugeriu Ryabkov.
Ele observou que o bloco está discutindo os critérios para futuros membros. A rejeição de sanções econômicas unilaterais como uma ferramenta geopolítica provavelmente se tornará uma dessas condições, e a França certamente não se qualificaria com base nesse indicador, argumentou Ryabkov.
Cerca de 20 nações se inscreveram formalmente para ingressar no BRICS ou indicaram que estão considerando tal movimento, embora a França não esteja entre elas. A organização, que começou como um clube econômico informal, atualmente lista Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul como membros plenos.
O desejo de Macron de participar da cúpula em Joanesburgo foi relatado pela primeira vez pela agência de notícias francesa L’Opinion e foi confirmado na terça-feira pela ministra das Relações Exteriores, Catherine Colonna, durante uma visita à África do Sul. Seu anfitrião, o ministro das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, disse que convidar Macron seria uma “inovação” para o BRICS, mas observou que uma decisão não foi tomada sobre o assunto.
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