Maioria do STF vota por mandar governo adotar ações de proteção a povos Yanomami e Munduruku

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Voto do relator determina adoção de medidas que garantam vida, saúde e segurança. Ministros julgam ação que aponta ataques a indígenas, desnutrição, garimpo e contaminação por Covid.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quarta-feira (16) maioria de votos a favor de determinar ao governo federal que adote imediatamente todas as medidas necessárias para garantir proteção da vida, da saúde e da segurança das populações indígenas nas terras Yanomami e Munduruku.

O julgamento começou na última sexta-feira (11) e termina na próxima sexta (18). A maioria dos ministros votou a favor de confirmar a decisão liminar (provisória) do relator, Luís Roberto Barroso, que determinou em maio a adoção de medidas.

Os ministros julgam, no plenário virtual, uma ação de partidos e entidades indígenas. Na ação, as entidades alegam que tem havido:

  • ataques a tiros contra indígenas resultando em mortes;

  • casos de desnutrição e anemia;

  • contágio por mercúrio;

  • desmatamento;

  • garimpo ilegal;

  • contaminação de indígenas por Covid após atuação de invasores na área.

    Voto do relator

    No voto sobre o tema, Barroso afirmou que estão suficientemente demonstrados os indícios de ameaça à vida, à saúde e à segurança das comunidades indígenas Yanomami e Munduruku.

    “Tais indícios se expressam na vulnerabilidade de saúde de tais povos, agravada pela presença de invasores, pelo contágio por Covid-19 que eles geram e pelos atos de violência que praticam” escreveu.

    Até a publicação deste texto, já haviam acompanhado voto de Barroso: Cármen Lúcia, Rosa Weber, Edson Fachin, Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes.

    Diretrizes

    Barroso também fixou as seguintes diretrizes para as ações nas terras indígenas:

    • o governo não vai poder dar publicidade às ações, divulgando datas ou informações genéricas que possam comprometer o sigilo da operação, de modo assegurar sua efetividade;
    • o governo deverá entrar em contato com o representante da Procuradoria-Geral da República para acompanhamento da operação;
    • o governo deverá apresentar relatório sobre a situação das terras indígenas e sobre a operação realizada.

    VOZ DO PARÁ: essencial todo dia!

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