Membros do Alto Comando do Exército também criticaram o ministro da Defesa, que deixou a postura de “militar sensato” para atuar como “político” no governo Bolsonaro
Após a reunião na segunda-feira (18) em que Jair Bolsonaro (PL) atacou o sistema eleitoral brasileiro perante diplomatas estrangeiros, militares do Alto Comando do Exército entraram em contato com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para afirmar que não concordam com as acusações, sem provas, feitas pelo atual ocupante do Palácio do Planalto e seus aliados para tentar desacreditar as urnas eletrônicas.
De acordo com o jornalista Valdo Cruz, do G1, os militares avaliam que Bolsonaro “ultrapassou todos os limites” na reunião com os embaixadores estrangeiros e que o encontro “serviu para desgastar ainda mais a imagem do Brasil no exterior”.
As críticas dos militares da ativa também foram direcionadas ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, por ter deixado a postura de “militar sensato” para atuar como “político”. O ministro participou da reunião convocada por Bolsonaro e estava pronto para também discursar, mas não foi requisitado pelo chefe do Executivo.
Uma mostra da cisão entre as Forças Armadas veio à tona após os comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, da Marinha, almirante-de-esquadra Almir Garnier Santos, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Carlos de Almeida Baptista Junior, não terem comparecido ao evento, apesar de terem sido convidados.