Monumentos de opressores do passado sofrem a ira moderna de seus legados

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Na ultima década, vários monumentos relacionados a figuras históricas controversas têm sido alvo de protestos ao redor do mundo. Nos Estados Unidos, estátuas de Cristóvão Colombo foram removidas na Califórnia. No Chile, esculturas de conquistadores foram decapitadas. No fim de semana, foi a vez da estátua do bandeirante Manuel Borba Gato ser incendiada por manifestantes em São Paulo. 

 

Mas Afinal, você sabe quem foi Borba Gato?

Manuel de Borba Gato (1649 – 1718) foi um dos mais notórios bandeirantes paulistas.

A VOZ DO PARÁ ajuda você a conhecer um pouco da história e do legado desse personagem histórico brasileiro. Manuel de Borba Gato (1649 – 1718) foi um dos mais notórios bandeirantes paulistas. Esses exploradores desbravaram o interior do Brasil em busca de riquezas minerais, sobretudo o ouro e a prata. Ao mesmo tempo em que contribuíram para a expansão territorial do país, eles cometeram atos de violência, especialmente contra indígenas, que eram caçados e escravizados. Na literatura de muitos historiadores, os bandeirantes acumularam crimes como a tortura, assassinatos, tráfico e estupro de mulheres indígenas, além de roubar minas de metais preciosos nos arredores de aldeias.

Genro de famoso bandeirante

Borba Gato foi genro do famoso bandeirante Fernão Dias Paes, com quem começou suas atividades como bandeirante acompanhando o sogro em suas empreitadas. Eles saíram em expedição em 1674 em busca de jazidas de esmeraldas e prata. Fernão Dias morreu em 1681 e Borba Gato prosseguiu adiante e acabou achando o ouro na Serra do Sabarabuçu (região da atual Sabará, em Minas Gerais).

Entre 1682 e 1700, Borba Gato ficou foragido nos sertões de Minas Gerais e São Paulo acusado de ter assassinado o administrador-geral das minas D. Rodrigo de Castel Blanco. O perdão real pelo crime veio em 1700, quando Gato foi nomeado guarda-mor do distrito de rio das Velhas. Ele teria sido perdoado e recompensado após revelar ao rei a localização das minas.

São Paulo homenageia Borba Gato com estátua

Manuel de Borba Gato (1649 – 1718). A estátua que virou motivo de protesto em São Paulo foi um presente da prefeitura para a cidade.

Borba Gato também foi o líder dos paulistas na Guerra dos Emboabas (1707-1709) travada pelo direito de exploração das recém-descobertas jazidas de ouro. Ela contrapôs os paulistas, que haviam descoberto a região das minas e que por esta razão reclamavam a exclusividade de explorá-las, com os portugueses e imigrantes das demais partes do Brasil atraídos à região pela febre do ouro. Os paulistas perderam o conflito, em função da intervenção do governador do Rio de Janeiro, e o direito de exploração do ouro passou à Coroa portuguesa.

O bandeirante ainda ocupou por várias vezes a Superintendência Geral das Minas. Borba Gato morreu em 1717, quando exercia o cargo de juiz ordinário na Vila Real de Sabará (MG), com cerca de 90 anos de idade. Uma  vida longa que imprime a confusão entre o personagem que ajudou o país a romper a as fronteiras para o coração do Brasil, mas que deixou um legado de morte e violência por onde passou. Este é o Borba Gato que hoje ainda é motivo de fama e vergonha nacional.

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