O ex-presidente boliviano Evo Morales alertou sobre a reativação de um novo Plano Condor judicial em países da América Latina, como Argentina e Peru.
Em uma série de tuítes publicados nesta sexta-feira, o ex-presidente da Bolívia condenou as ações da direita servil aos EUA, que usa “lawfare ou guerra judicial, para remover governos eleitos pelo povo nas urnas”.
Desta forma, o líder do Movimento para o Socialismo expressou seu apoio ao presidente do Peru, Pedro Castillo, que passa por uma fase crítica devido às severas denúncias contra ele.
Referindo-se à perseguição judicial contra a ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner em um caso de suposta corrupção, Morales assegurou que o que está acontecendo com Fernández é o novo “Plano Condor” reativado na Argentina. Que, em sua opinião, também “tenta se estabelecer no Peru” contra o presidente Castillo.
O ex-presidente boliviano ressaltou que os países latino-americanos defenderão com dignidade sua democracia e soberania contra os “golpes do intervencionismo imperialista”. Da mesma forma, defendeu que a justiça deve estar a serviço do povo e não se submeter à corrupção ou ao “golpe de direita”.
Quais são as acusações contra Castillo?
O chefe de Estado peruano, desde que assumiu o poder em julho de 2021, acumula seis investigações preliminares do Ministério Público contra ele, cinco delas nas mãos do promotor Benavides, por supostos atos irregulares ou corrupção e a última acusa Castillo de tráfico de influência e cumplicidade em um suposto caso de conluio (fraude).
Castillo, no entanto, considera todas essas acusações infundadas de um golpe de Estado e deixa claro que não vai recuar diante de pressões políticas e chantagens contra ele inventadas pela oposição que busca removê-lo.
O que foi o Plano Condor?
O Plano Condor, também conhecido como Operação Condor, foi uma campanha de repressão política e terrorismo de estado organizada e liderada pelos Estados Unidos que incluiu operações de inteligência e assassinatos para eliminar líderes de esquerda e organizações sociais que se opunham a governos ditatoriais de Washington.
Os Estados Unidos forneceram planejamento, coordenação, treinamento em tortura, apoio técnico e assistência militar à junta militar durante os governos de Lyndon B. Johnson (1963-1969), Richard Nixon (1969-1974), Gerald R. Ford (1974) – 1977), Jimmy Carter (1977-1981) e Ronald Reagan (1981-1989). Este apoio às violações dos direitos humanos foi frequentemente canalizado através da CIA.