A área está situada em uma região de disputa entre agricultores e grileiros
O Ministério Público Federal (MPF) enviou, nesta sexta-feira (19), pedidos de providências à Secretaria de Segurança Pública (Segup) e à Polícia Civil do Pará, após denúncia de novo ataque no lote 96, da Gleba Bacajá, onde seria implementado o assentamento Dorothy Stang, em Anapu, às margens da rodovia Transamazônica.
Os relatos surgiram durante a madrugada e os ataques teriam sido promovidos por grupo armado. Segundo o MPF, imagens mostram uma escola completamente destruída por incêndio pela manhã. As denúncias apontam que os moradores passaram a noite escondidos na mata, com medo.
Segundo o G1, o lote 96 é uma área pública federal onde vivem 54 famílias de agricultores que já vem sofrendo inúmeros ataques e ameaças promovidos por grileiros. Na área está em implantação o assentamento Dorothy Stang, destinado ao total de 73 famílias, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT). O lote está situado em uma região de disputa entre agricultores e grileiros.
Nos ofícios enviados, o MPF questiona as autoridades sobre as providências tomadas pela Polícia Militar e pela Polícia Civil para apurar o que ocorreu na área e pede que seja avaliada a possibilidade de manter policiamento ostensivo no local pelos próximos quinze dias.
Sobre os ataques, o Incra, órgão responsável pela regularização fundiária, disse que o “assentamento ainda não foi implantado e também não houve seleção de famílias” e que “os conflitos na área são objeto de investigação da Delegacia de Conflitos Agrários de Altamira”.
O Incra afirma que “aguarda a conclusão das apurações e a apresentação de eventuais denúncias por parte da delegacia especializada ao Ministério Público”.