Magda Chambriard destaca a importância do equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental
Em uma declaração contundente sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que nem a empresa nem as autoridades ambientais possuem o poder absoluto nas decisões relacionadas ao licenciamento. Em entrevista à CNN Brasil, ela enfatizou a necessidade de um equilíbrio entre os interesses da indústria e as exigências de preservação ambiental, especialmente em resposta ao parecer contrário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o projeto de produção de petróleo na região.
“Não podemos tudo e eles [autoridades ambientais] também não podem tudo”, afirmou Chambriard, sublinhando que cada parte deve cumprir seu papel. “O nosso papel é mostrar o benefício para a sociedade, buscar riqueza e desenvolvimento, enquanto o pessoal do Meio Ambiente, o Ibama e os órgãos estaduais têm que nos indicar os limites dentro dos quais podemos atuar”, acrescentou.
A presidente da Petrobras ressaltou que a empresa já atendeu a todas as exigências feitas pelas autoridades ambientais e expressou sua insatisfação com a lentidão do processo de licenciamento. “Sei que isso vem de longa data. Da nossa parte, entendemos que as respostas já estão muito bem dadas”, disse. Ela se comprometeu a continuar esclarecendo qualquer dúvida que os órgãos ambientais possam ter.
Recentemente, um parecer técnico do Ibama recomendou a rejeição do licenciamento para a exploração na Margem Equatorial, citando a “carência de detalhamentos” por parte da Petrobras. Ao ser questionada sobre a avaliação do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, Chambriard reconheceu a validade das preocupações levantadas. “O presidente Agostinho está certo”, afirmou, ressaltando que a Petrobras está disposta a responder a todas as questões. “Apenas esperamos que não demore tanto. Porque nisso já se vão 10 anos, não é?” completou.
A relação entre a Petrobras e o Ibama tem sido marcada por tensões, especialmente após a negativa da licença para perfuração na Margem Equatorial no Amapá em maio do ano passado. Desde então, a estatal tem feito ajustes em seus planos e protocolado um pedido de reconsideração, mas o Ibama ainda não definiu um prazo para a resposta.
A discussão em torno da exploração da Margem Equatorial ilustra o desafio de equilibrar o crescimento econômico e o respeito às diretrizes ambientais em um momento em que a sustentabilidade se torna cada vez mais central nas políticas públicas e na operação de empresas de grande porte.