‘Não vai ter golpe’, dispara Gilmar Mendes

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Apesar de considerar que não ocorrerá uma ruptura democrática, Gilmar alerta que “somos uma democracia jovem”

O ministro do STF Gilmar Mendes concedeu entrevista ao portal UOL e ressaltou a força das instituições democráticas perante as ameaças golpistas de Jair Bolsonaro.

Questionado a respeito da possibilidade de um golpe de estado, ele respondeu:

“Não, não vai. Eu aposto na resistência das instituições. Acho que é um processo. Nesse momento, o Bolsonaro está muito debilitado, o viés ficou muito debilitado. Em termos orçamentários, por exemplo, eu estava conversando com o Felipe Salto, que foi nomeado ontem secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, e ele disse que tem algum investimento, com superávit por conta da arrecadação. Mas é a inflação. Não é bom. Bolsonaro chegou com o apoio das bancadas temáticas e, com risco de impeachment, fez a viagem rumo ao Centrão. Esse pessoal não embarca em aventuras.”

Ao avaliar a influência de Bolsonaro com a polícia e as Forças Armadas, o magistrado declarou que “hoje há um certo equilíbrio entre as polícias. A federação está em mãos de diferentes forças partidárias. São Paulo, por exemplo, está nas mãos do PSDB. É uma grande força policial, com bom controle. Portanto, não vejo isso acontecendo. No começo, pode ter havido uma contaminação porque eles elegeram muitos policiais, mas em quase quatro anos, não se produziu subordinação ao governo federal.”

Acha que Lula e Bolsonaro é “uma escolha difícil” ou “são iguais”, como se tem repetido por aí?

Não acho que sejam iguais. Na verdade, têm propostas muito diferentes. E formas de lidar com a política diferentes também. Bolsonaro tem uma proposta que poderia se avizinhar dessa chamada democracia iliberal, que beira o autoritarismo. O Lula lidou com o sistema político de uma maneira muito clara e com as negociações típicas desse processo. O que me parece haver é um eco da impotência – gostariam de construir uma terceira via, mas não se consegue produzir outro resultado.

Apesar de considerar que não ocorrerá uma ruptura democrática, GIlmar alerta que “somos uma democracia jovem, devemos estar atentos a toda sorte de desvios”

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